Marcopolo Next vai instalar labs de mobilidade nas cidades

Divisão da Marcopolo firmou parceria com a Moovit, uma das líderes globais no uso de dados para o transporte coletivo.
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Por Jornal do Comércio
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Divulgação

A Marcopolo Next, divisão de novos negócios da Marcopolo, fechou uma parceria com a Moovit para a oferta de soluções de Mobilidade como Serviço (MaaS). A primeira iniciativa é a implantação de Mobility Labs, laboratórios de mobilidade dentro das cidades, uma espécie de prova de conceito da oferta de novas tecnologias, como os ônibus sob demanda via aplicativo.

O modelo deste tipo de operação é definido e regulamentado pelas prefeituras. Com isso, esse trabalho será feito junto a administrações municipais e operadores para testar o conceito. Nos bairros mais inteligentes ou em outros locais escolhidos por eles, os usuários poderão usar novos serviços inovadores que, no futuro, poderão ser implantados para toda comunidade.

“Vamos iniciar em áreas específicas e, depois dos testes, os gestores poderão tomar a decisão de escalar pela cidade. A ideia é criar um sistema integrado com o sistema público para ajudar a tornar as cidades mais inteligentes”, conta o Business Head da Marcopolo Next, Petras Amaral Santos.

As conversas com gestores de várias cidades já estão acontecendo e em breve os primeiros locais a receberem essa solução serão anunciados. O executivo adianta que o começo será pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A parceria com a Moovit está turbinando essa iniciativa. A empresa tem sede em Ness Ziona, em Israel, e é uma das líderes globais no uso de dados para o transporte coletivo. São mais de 865 milhões de usuários pelo mundo. Em maio desse ano, foi adquirida pela Intel por US$ 900 milhões.

A Marcopolo Next vai disponibilizar uma pequena frota de veículos, já integrados ao aplicativo, para que as pessoas possam usar no dia a dia. “A nossa ideia é que passageiros reais possam testar o sistema, como chamar o seu ônibus sob demanda, e assim podermos avaliar como vai funcionar a integração de modais”, observa.

A abordagem da Marcopolo Next com o Moovit envolverá uma consultoria para o diagnóstico dos sistemas de mobilidade para, então, serem propostas soluções ligadas ao conceito de MasS às cidades brasileiras. Entre estas soluções estarão tecnologias de integração dos modais, além de transporte sob demanda (TOD) combinadas com o material rodante.

Pelo conceito do TOD, os veículos são solicitados pelos passageiros pelo aplicativo com tecnologia do Moovit – semelhante ao processo que ocorre com os de carros como Uber e 99. Neste caso, as viagens de ônibus podem ficar mais rápidas e convenientes, já que o motorista segue o app e flexibiliza a rota.

Os veículos em operação também podem ser menores que os tradicionais, mais adequados para circularem por ruas alternativas às das linhas convencionais. O TOD é uma opção complementar aos sistemas de alta capacidade e às linhas regulares, portanto, de acordo com as empresas, não concorre com estes.

“A ideia dos ônibus sob demanda é possibilitar que as pessoas possam se deslocar de ponto a ponto sem ter que passar por muitas estações ou transbordos, o que aumentará a agilidade”, analisa Santos. Algoritmos vão ajudar o aplicativo a programar a rota de forma a embarcar os passageiros e deixá-los o mais próximo possível do que querem descer.

Para as empresas transportadoras, a vantagem está na flexibilidade de ajustar a circulação dos ônibus de acordo com o aumento ou a queda de demanda, evitando que os veículos circulem vazios ou não consigam atender todos os passageiros como, na saída de eventos, por exemplo.

O executivo explica que a Marcopolo Next nasceu com foco na mobilidade, para desenvolver projetos que ajudem a melhorar a experiência de vida das pessoas. Para isso, a empresa está atenta à inovação aberta e as possibilidades que a proximidade com as startups pode gerar.

Um dos resultados dessa prática foi a criação, durante a pandemia da Covid-19, do Marcopolo Biosafe, plataforma de soluções de biossegurança embarcadas nos ônibus e em totens de triagem disponibilizadas nos terminais.

“A iniciativa começou como um desafio de inovação lançado em abril e se transformou nesta plataforma de soluções, o que mostra importância da agilidade gerada pela parceira com as startups”, explica.