Ônibus escolares vão demandar o maior volume de vendas no 2º semestre

Cerca de 3 mil unidades podem ser entregues ainda este ano; licitação de 2019 prevê 6 mil no total.
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Por Automotive Business
Imagem Divulgação

O segmento de ônibus escolares deverá ser o responsável pela maior demanda de vendas no segundo semestre e ajudar o setor de transporte de passageiros a alcançar o volume de 10 mil emplacamentos previsto pelas montadoras em 2020. A análise é do diretor de vendas e marketing para ônibus da Mercedes-Walter Barbosa, durante uma conversa online com jornalistas na tarde de quarta-feira, 15.

Segundo o executivo, a expectativa é de que pelo menos 3 mil unidades sejam emplacadas só neste ano graças a licitação de um total de 6 mil ônibus feita pelo governo federal ainda em 2019 para o Caminho da Escola. As entregas começam neste mês e Barbosa estima que os 3 mil restantes deverão ser entregues até meados do ano que vem.

Segundo Barbosa, apesar da expectativa positiva, o setor vai depender da capacidade do governo em efetuar a compra desses veículos até o fim de 2020.

“Outros segmentos têm cenários mais claros até o fim do ano, mas o escolar o desempenho da categoria de ônibus escolar vai depender do governo, do que vai ser emplacado para o Caminho da Escola”, disse Barbosa.

Por outro lado, o segmento escolar foi o que registrou a maior queda entre os demais considerando os resultados do primeiro semestre, com apenas 832 unidades vendidas, volume 56% menor na comparação com as mais de 1,88 mil unidades licenciadas na primeira metade de 2019. Dados da Mercedes apontam que a marca elevou sua participação neste segmento para 38%, ao entregar 317 unidades entre janeiro e junho.

O de fretamento foi o que menos perdeu em termos porcentuais, com queda de 20%, graças ao efeito que as medidas de distanciamento geraram neste mercado. Segundo Barbosa, muitas empresas, por medidas sanitárias e de segurança, reduziram pela metade o número de passageiros em seus ônibus, o que elevou o número de locação de veículos ou venda para este fim, com cerca de 150 unidades negociadas para ampliar as frotas. Segundo Barbosa, a estimativa é de que essas medidas se mantenham até meados de setembro ou outubro, o que pode contribuir para a continuidade de vendas da categoria.

Já os ônibus urbanos reduziram em um terço seu volume de vendas no primeiro semestre na comparação anual, com 2,6 mil unidades emplacadas no período. Isso reflete a queda média de 70% do número de passageiros no Brasil durante abril e maio, considerado os piores meses em termos de negócios para o setor de ônibus.

Da mesma forma, com a paralisação das viagens rodoviárias por causa da pandemia, o setor de ônibus rodoviário viu a perda de 90% de seus passageiros. Isso levou o mercado a uma queda de 28%, com apenas 628 ônibus novos emplacados de janeiro a junho.

“Ao contrário do urbano, os rodoviários não têm a obrigatoriedade de manter um mínimo de frota rodando. O problema da falta de passageiros para este segmento também é grave, mas tão logo passe a fase mais crítica da pandemia, a categoria segue voltando gradativamente sem grandes ajustes”, analisa Barbosa.

Nos micros, a queda registrada na primeira metade do ano foi de 52%, com menos de 1,1 mil unidades emplacadas. Todos os volumes consideram ônibus acima de 6 toneladas de PBT.