Os ônibus que pertenceram a empresa fluminense Flores e fizeram parte de diversas empresas do RN e Paraíba

Veículo fez parte da frota de grandes empresas do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte
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Por UNIBUS RN, em parceria com o Portal Ônibus Paraibanos, OCD Holding e NatalBuss
Imagens Acervo / Paulo Rafael Viana

Adquiridos semi-novos pela empresa potiguar Cidade do Sol em meados de 1995, diversas unidades do modelo Urbanus, da Busscar, que fizeram parte da frota da Transportes Flores com sede em São João de Meriti, na baixada fluminense, integraram não apenas a empresa compradora, mas diversas outras viações da Grande Natal e também do litoral norte paraibano.

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Vamos a história: Em meados de 1995, a Cidade do Sol, segunda maior empresa de Natal, adquiriu as unidades do Urbanus vindos da Flores. Eram ônibus fabricados em 1991 com ano modelo 1992, encarroçados no chassi Mercedes-Benz OF-1315, que deixaram a frota da empresa fluminense.

A Empresa de Transportes Flores Ltda foi fundada em 1957, pelos primos Luiz de Andrade Flores e Mauro de Almeida Flores, no município de Nilópolis, Estado do Rio de Janeiro. A empresa iniciou sua operação fazendo a linha 108 São João de Meriti – Duque de Caxias (Via Matadouro), no final da década de 50. Nesta mesma época a garagem foi transferida para o município de São João de Meriti, onde hoje funciona a sede da Turismo Três Amigos, empresa do Grupo JAL. Esta mudança contribuiu com o crescimento da cidade.

Esses Urbanus rodavam em linhas que interligavam municípios da baixada e a capital fluminense, passando em cidades como Nilópolis e Belford Roxo. Algumas das linhas em que eles foram efetivos foram as seguintes:

103-I Nilópolis x Pavuna via Portugal Pequeno, atual Nilópolis x Shopping Grande Rio

104-I Nilópolis x Pavuna via São Mateus e Tomazinho

433-I Nilópolis x Pavuna via Éden

Ao chegarem em Natal, foram os primeiros ônibus a rodar com o novo padrão de placas, com três letras e quatro números, no formato ABC1234, que teve início em 1990 (deixando de ter o formato AB1234). A troca para o novo sistema de placas foi definido por estados, começando pelo Paraná, em 1990, e encerrando pelo Rio Grande do Norte, Acre, Roraima, Rondônia e Amapá, apenas em 1998.

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Enquanto um ônibus – ou mesmo um carro, uma moto, etc – nova era emplacada em qualquer outro estado que no ano de 1997 já houvesse adotado a placa no formato ABC1234, os veículos do RN continuavam com as placas AB1234.

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Esse foi o primeiro destaque dos Urbanus, que quando chegaram, em 1995, vieram com o novo padrão de placas, utilizados pelo Rio de Janeiro desde o ano anterior, 1994. Curiosamente, os ônibus novos adquiridos pela própria Cidade do Sol tanto em 1995 quanto em 1996 (ano de encerramento das atividades), receberam placas com duas letras.

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Com o encerramento das atividades da Cidade do Sol, três empresas surgiram: a Santa Maria – que passou a operar a maioria das suas linhas urbanas e semi-urbanas; a Cidade das Dunas – que se dedicou a operação de outras linhas urbanas e também semi-urbanas; e a Trampolim da Vitória – empresa que passou a atuar na área intermunicipal. Além disso, a própria Cidade do Sol também passou a operar no transporte urbano de Mossoró – onde permanece até hoje.

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Toda a frota da Cidade do Sol foi dividida entre as empresas que dela surgiram: Santa Maria, Cidade das Dunas, Trampolim da Vitória e Cidade do Sol (Mossoró). Os Urbanus da empresa Flores foram para três delas.

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Na Santa Maria, juntamente com a maior parte da frota (incluindo Caio Vitória e Alpha, Busscar Urbanus 96, e Torino LN), os Urbanus operaram até o início dos anos 2000. Receberam o primeiro padrão de pintura adotado pela viação, com traços origiais da Cidade do Sol (parte inferior verde, e superior e para-choques brancos, além da mudança na logomarca).

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Os da Trampolim da Vitória receberam o padrão de pintura adotado na época, que também tinha traços da Cidade do Sol, apesar da mudança de cores (parte infernor azul, e superior branca, mas com para-choques cinzas, e substituição da logomarca). Também permaneceram na frota até o início dos anos 2000.

E houve ainda os da Cidade do Sol de Mossoró, que mantiveram toda a mesma pintura utilizada em Natal, modificando apenas a numeração (enquanto em Natal a empresa usava o sistema de ano+número do veículo, em Mossoró, foi adotado o padrão de 3 dígitos). A cor da fonte também mudou: de preto (semelhante ao nome “Cidade do Sol”) para laranja (no mesmo tom do sol que faz parte da logomarca da empresa).

Com o fim das atividades no RN, pelo menos um veículo ainda foi encontrado em operação no litoral norte paraibano. Pelas características, foi um dos reaproveitados pela Santa Maria, já que manteve o nome da empresa internamente.

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Esse veículo operava uma linha intermunicipal  de curta distância entre as cidades de Mamanguape e Rio Tinto. A distância entre as cidades é de um pouco mais de 10 quilômetros e segue por uma única via, a PB 041. O veículo manteve várias características dos tempos que fazia parte da empresa potiguar do Grupo A. Cândido: a “saia” verde e a “blusa” branca além do nome Santa Maria na parte interna do vigia traseiro.

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Com a facilidade de conseguir crédito, a quantidade de motos explodiu no interior do nordeste, o que não foi diferente nas duas cidades atendidas pela linha. Com isso e a proliferação dos alternativos, além da concorrência da linhas da Viação Rio Tinto, a linha perdeu demanda e atualmente é operada por poucos veículos.

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Atualmente ele se encontra emplacado na cidade de Solânea, no agreste paraibano.