“Vai descer, motô!”

Por Ônibus Paraibanos – Kristofer Oliveira Imagens JC Barboza Quem nunca andou de ônibus e ouviu um grito desse ecoando pelo corredor ganhando côro dos demais passageiros na medida em que os ...
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Por Ônibus Paraibanos – Kristofer Oliveira
Imagens JC Barboza

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Quem nunca andou de ônibus e ouviu um grito desse ecoando pelo corredor ganhando côro dos demais passageiros na medida em que os segundos passam e o ônibus não desacelera? Agora com o desembarque traseiro nos ônibus da capital paraibana é quase impossível não presenciar uma situação dessa em toda viagem.

O problema sempre existiu, sendo um dos principais conflitos existentes entre “passageiro x motorista”. Antigamente (na época do embarque traseiro) era ocasionado em ônibus lotados com várias pessoas na frente do coletivo atrapalhando o desembarque (ou, várias vezes a falta de bom senso do usuário ao ocupar um espaço tendo outra área do ônibus vaga era algo corriqueiro) e outras que esperam o ônibus parar para então se dirigir a porta, principalmente idosos, gestantes e pessoas com criança no colo.

Atualmente são vários os fatores que colaboram para a situação desagradável: falta de visibilidade do passageiro que irá desembarcar, dispositivo de pedido de parada com defeito e a falta de atenção do operador.

Quando o desembarque era na frente, facilmente o motorista visualizava o passageiro prestes a descer, mas atualmente existe a dependência dos retrovisores, que de certa forma não é tão eficiente. Nem todos os ônibus possuem o dispositivo de pedido de parada funcionando plenamente – quando o botão é apertado ou a cordinha puxada um som característico é emitido e acende uma luz vermelha no painel do motorista que é apagado quando a porta é aberta – pois alguns só faz emitir o som e a luz vermelha apenas pisca e apaga, dependendo da atenção do motorista, tendo que lembrar que alguém pediu parada. Particularmente, fico puxando a corda constantemente por temer que o motorista se esqueça. E incrivelmente alguns outros veículos rodam sem sequer tal dispositivo estar funcionando, com o passageiro precisando gritar quando quer descer.

Pior quando o pedido de parada funciona plenamente e o motorista queima o ponto gerando uma situação desagradável. A falta de atenção é o principal fator, bastante justificável pelas condições do trânsito pessoense, a preocupação em cumprir o horário, além de acumular a função de cobrador em alguns casos, sendo comum, inclusive, o motorista abrir a porta de embarque e se esquecer de acionar a de desembarque.

Enquanto perdurar tal cenário, temos que torcer para não sermos a vítima quando estivermos ruim da garganta e sem ninguém para gritar por nós: VAI DESCER, MOTÔ!