Inspiração norte-americana, produto brasileiro

Fonte: Revista AutoBus Matéria/Texto: Antônio Ferro Fotos: Acervo Tony Belviso Dentre os principais métodos administrativos e operacionais na governança da Viação Cometa nos idos dos anos 60, a ...

Fonte: Revista AutoBus
Matéria/Texto: Antônio Ferro
Fotos: Acervo Tony Belviso

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Dentre os principais métodos administrativos e operacionais
na governança da Viação Cometa nos idos dos anos 60, a padronização foi um
procedimento adotado como forma de equacionar a relação faturamento/custos e
consequentemente os lucros obtidos. Mas foi na área de veículos que a empresa
deu um significtivo exemplo. Quando a década terminava, a idéia de operar um
único tipo de ônibus começou a ser pensada pelos gestores da empresa paulista.
Ela idealizou um modelo de ônibus rodoviário que cumprisse todos os seus
requisitos nas viagens de longas distâncias, que não passavam de 600 km, mas
que deveria oferecer conforto, segurança e rapidez. 

A marca de chassi utilizada foi uma das primeiras questões
na abordagem do tema, através da parceria com a Scania. Logo um modelo de
carroçaria era essencial para combinar com a parte mecânica escolhida.
Experiente na operação rodoviária com ônibus importados até 1973, quando foi
aposentado o GM Coach PD 4104, a empresa paulista visualizou uma oportunidade
de agregar dois conceitos de ônibus norte-americano – os GM’s Coach PD 4106 e
4107, ambos com uma estética referenciada e um projeto estrutural que proporcionava
uma significativa redução no peso, com efetivos resultados positivos na
economia de diesel e na rapidez das viagens – em um veículo único a ser
produzido em terras brasileiras.
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O desafio de se construir o novo ônibus ficou a cargo da carioca Ciferal,
antiga fornecedora de carroçarias para a Viação Cometa. E o resultado recebeu o
nome de Dinossauro. Um protótipo (fotos em preto e branco) foi produzido e
colocado em operação. O modelo ainda não contava com o chapéu dianteiro
rebaixado, mas já adotava outros elementos encontrados até o ultimo Flecha Azul
fabricado em 1999, como a larga utilização do alumínio em sua construção e
poltronas em couro. Uma versão secundária (e definitiva nas linhas externas) do
Dinossauro, como pode ser vista na foto em cores, foi apresentada depois. Na
mesma época a Scania apresentava ao mercado brasileiro o seu novo chassi com
motor traseiro (até então só fabricava modelos com motor dianteiro), denominado
BR 115 e depois BR 116, uma oportunidade para comprovar a boa relação entre as
duas empresas.
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Do Dinossauro ao Flecha Azul, uma inspiração
norte-americana com contornos brasileiros que transformaram o ônibus em
referência no transporte rodoviário de passageiros.
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