Motoristas da Viação Acari fazem paralisação após empresa anunciar encerramento de atividades; outras empresas podem fechar

Passageiros de uma das linhas de maior movimento reclamavam da falta de opção e de informação. A Acari é a 17ª empresa de ônibus do Rio a fechar desde 2015.
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Por O Dia
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Reprodução/TV Globo / JC Barboza

Rodoviários da Viação Acari cruzaram os braços, na manhã desta sexta-feira (30), em favor do pagamento do 13º salário e o salário de abril, ambos atrasados. A empresa anunciou que fecharia suas portas na manhã desta quarta-feira. De acordo com o Presidente do Sindicato dos Rodoviários, houve uma tentativa de negociação antes da paralisação, no entanto, as partes não chegaram a um acordo. 

“A proposta inicial da empresa foi a de que os funcionários trabalhassem até o dia 21 de maio e depois receberiam esses dias, o que não foi aceito pelo sindicato e nem pela a categoria. O sindicato informou a empresa que os trabalhadores só voltam se for depositado pelo menos salário do mês e o ticket alimentação, caso contrário a paralisação continua”, disse a nota do Sindicato dos Rodoviários.

Segundo a Rio Ônibus, a viação Acari cobre as linhas 607, 677 e 686 pelo Consórcio Transcarioca e as linhas 254, 277, 456, 457 e 650 pelo consórcio Internorte. Não há informações sobre quantos passageiros serão afetados pela paralisação no dia de hoje.

A Secretária Municipal de Transportes informou que o consórcio é responsável pela operação das linhas e também pelo gerenciamento das empresas integrantes do grupo, que deverão suprir os mesmos itinerários para não deixar os usuários desassistidos.

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O Presidente do Sindicato, Sebastião José informou que a Rio Ônibus e a Prefeitura do Rio seriam notificadas na manhã de hoje e que outras cinco empresas de ônibus da cidade também correm risco de fechar as portas.

“Estamos notificando agora pela manhã a prefeitura, a Rioônibus e os consórcios sobre a grave situação em que se encontram as empresas de ônibus na cidade. Vale lembrar que as empresas Paranapuan, Vila Isabel, Pavunense, Penha Rio e a Campo Grande também se encontram na mesma posição e com sério risco de fecharem. Se não houver acordo, na segunda-feira iremos convocar assembleia com os funcionários da Acari e as demais citadas, para definir o que será feito” disse Sebastião.

Crise no setor de transportes

Um levantamento do Sindicato das Empresas de Ônibus (Rio Ônibus) demonstrou que, ao longo dos últimos seis anos, 21 mil rodoviários ficaram desempregados na cidade. Segundo o Sindicato, as demissões são resultado da crise financeira instalada na cidade desde 2015 e intensificado desde o início da pandemia. Desde o início da crise sanitária, mais de seis mil colaboradores foram demitidos por falta de recursos para pagamentos de salários e custeio da operação.