Motoristas de ônibus fazem paralisação no Rio; TRE-RJ aciona a Polícia Federal

Funcionários reclamam do parcelamento do 13º salário e de atrasos no recolhimento do FGTS e INSS. Tribunal diz que 'paralisação é ilegal e representa grave impedimento e embaraço às eleições'.
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Por G1
Imagens Divulgação

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro acionou a Polícia Federal na manhã deste domingo (29) contra uma paralisação de motoristas de ônibus no Rio. Segundo o tribunal a “paralisação é ilegal e representa grave impedimento e embaraço às eleições”.

tre e pf entram na empresa para tentar negociacao

Desde a madrugada, funcionários das viações Redentor e Futuro decidiram entrar em greve. O movimento atinge moradores das regiões de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Recreio, na Zona Oeste da cidade.

Os motoristas dizem que as empresas querem dividir o 13º em oito parcelas e não estariam recolhendo o FGTS e o INSS, entre outras reclamações.

O TRE disse ainda que as “lideranças do movimento serão responsabilizadas”, conforme previsto na legislação. Os crimes, no entanto, ainda estão sendo apurados.

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A Polícia Federal é sempre acionada em casos relativos à Justiça Eleitoral.

O juiz Luiz Márcio Pereira foi designado para acompanhar as negociações. Por volta das 9h40, ele estava em frente à garagem da Viação Redentor.

Consórcio Transcarioca

Em nota, o Consórcio Transcarioca, responsável pelo transporte na região, disse que foi surpreendido pela paralisação e que as empresas vinham negociando o parcelamento do 13º salário (confira abaixo a íntegra da nota).

“O Consórcio Transcarioca informa que rodoviários das viações Redentor e Futuro decidiram paralisar as atividades na madrugada deste domingo, o que vem impedindo a saída de ônibus das garagens. O movimento tem impacto nas regiões de Jacarepaguá e Barra, incluindo localidades como Rio das Pedras, Cidade de Deus, entre outras.

As empresas vinham negociando o parcelamento do 13º salário, inclusive com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), e foram surpreendidas com a paralisação neste domingo de segundo turno de eleição no Município do Rio.

A dificuldade das empresas de ônibus vem sendo anunciada publicamente há tempos, sendo consequência da mais grave crise já enfrentada pelo setor no Município do Rio.

O congelamento da tarifa há quase dois anos e a concessão de gratuidades sem fonte de custeio são algumas das causas do colapso econômico-financeiro que vem atingindo as empresas que circulam na capital, impactadas por uma brutal queda de receita que foi agravada pelas medidas implementadas de combate à Covid-19.

O Consórcio Transcarioca reitera seu respeito pelos rodoviários, mas faz um apelo aos profissionais para que as negociações sejam retomadas imediatamente e possam evitar que a paralisação neste domingo prejudique milhares de usuários eleitores que utilizarão o transporte público por ônibus para exercer o democrático direito ao voto.”