Greve de motoristas e cobradores deixa Teresina sem ônibus nesta sexta-feira (15)

Atualmente, apenas 30% da frota circula, por determinação de um dos decreto municipais assinados pelo prefeito Firmino Filho (PSDB) durante a quarentena cauda pelo coronavírus.
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Por G1
Imagem Glayson Costa/G1

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) decretou greve nesta sexta-feira (15), data em que será comemorado o feriado antecipado do Dia Do Piauí, normalmente celebrado no dia 19 de outubro, mas alterado devido à pandemia da Covid-19. Teresina deve ficar sem ônibus já que atualmente apenas 30% da frota circula, por determinação de decreto municipal.

Procurados pelo G1, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que todas as zonas da cidade receberam suporte emergencial com veículos cadastrados para atender o transporte essencial de passageiros. E o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) afirmou que lamenta a greve e se solidariza com a população, em especial trabalhadores de serviços essenciais. (Leia as notas na íntegra ao fim da reportagem)

De acordo com o presidente do sindicato, Fernando Feijão, o objetivo da categoria é garantir uma renda mínima para o trabalhador e o emprego, além disso, os trabalhadores reivindicam melhorias nas condições de trabalho, afirmando que não há estrutura adequada, principalmente, para a prática de hábitos preventivos à infecção pelo coronavírus.

“Desde quando mudou o trajeto das linhas, saindo dos terminais (uma das medidas adotadas durante a pandemia), o Consórcio Teresina tem desrespeitado os decretos. Não tem espaço adequado, não tem água, não tem sabão, não tem álcool em gel. O trabalhador corre o risco de se contaminar e contaminar quem está usando o transporte”, afirmou Fernando Feijão.

Segundo o Sintetro, as empresas afirmaram que não vão pagar os planos de saúde dos trabalhadores. O sindicato informou que procurou o Ministério Público, a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e o Tribunal Regional do Trabalho para denunciar a situação da categoria.

“Tem trabalhador há dois meses sem salário. Quem é do grupo de risco não está recebendo porque não pode trabalhar. Botam o trabalhador de férias e quando ele volta não paga. Tem salários atrasados, alguns receberam agora com ajuda do governo em que a empresa só paga uma porcentagem”, disse Fernando Feijão.

Leia as notas do Setut e da Strans:

  • A Strans informa que tomará medidas para garantir a operação mínima do transporte público a partir desta sexta-feira (15), em virtude da deflagração da greve que anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro). Os ônibus e vans cadastrados no início do mês de maio pela Strans vão garantir o atendimento aos usuários do transporte coletivo que atuam nos serviços públicos considerados essenciais em Teresina durante as paralisações. O cadastro foi uma medida de planejamento dentro da logística de funcionamento do serviço de transporte público.
  • O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (SETUT), em virtude do ofício recebido do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviários no Estado do Piauí (SINTETRO), informando realização de greve da categoria a ser iniciada às 00:00 do dia 15/05/2020, vem, por meio desta nota, lamentar a adoção de tal medida no momento porque passa o mundo, o Brasil, o Piauí e em especial Teresina, decorrente da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O SETUT também se solidariza com a população de Teresina, em especial os trabalhadores em serviços essenciais, principalmente os da área de saúde, pelo prejuízo que lhe causará o movimento grevista iniciado pelos trabalhadores do setor de transportes urbanos desta capital.

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