Ônibus com transmissão automática Allison já rodaram mais de 1,1 milhão de quilômetros

Os dois modelos foram montados a partir de chassis novos, e tiveram o acompanhamento da engenharia da Allison
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Por Blog do Caminhoneiro
Imagem JC Barboza

Com sede no Rio de Janeiro, a Viação Vera Cruz sempre se manteve na vanguarda dos avanços tecnológicos que foram surgindo para os ônibus urbanos de transporte coletivo. Em busca de inovações que a levassem a um novo patamar de desenvolvimento da sua frota, surgiu a ideia de ver qual seria o comportamento de uma transmissão totalmente automática em seus veículos.

Em parceria com a Allison Transmission, maior fabricante global de transmissões automáticas para veículos de serviços médios e pesados, o processo de adaptação e customização levou à instalação de duas transmissões automáticas da Série 3000 em dois chassis Mercedes-Benz — um OF 1418 e um OF 1722. No final de 2010, os dois ônibus começaram sua trajetória por bairros e municípios do Rio de Janeiro.

“Meu pai sempre gostou de experimentar novas tecnologias e soluções que pudessem vir a beneficiar nossa empresa” diz José Alberto Barboza, diretor financeiro e filho de José de Castro Barboza, fundador do Grupo que conta com as empresas Viação Vera Cruz e Auto Viação Três Amigos. Ele optou por desenvolver esses protótipos em parceria com a Allison visando oferecer maior conforto aos usuários, fato proporcionado por mudanças de marchas mais suaves e uniformes. Ele também vislumbrou os benefícios que as transmissões automáticas pudessem vir a trazer em termos de redução de custos de manutenção”.

Os dois modelos foram montados a partir de chassis novos, e tiveram o acompanhamento da engenharia da Allison durante todos os ajustes e desenvolvimentos que se fizeram necessários no decorrer da sua utilização diária. Os dois ônibus sempre trabalharam em rotas de trânsito pesado e, na medida do possível, foram conduzidos pelos mesmos motoristas.

“Nós tivemos várias boas surpresas com esses protótipos, uma em particular é que eles nunca pararam de rodar. Tirando os pequenos ajustes que são inerentes a uma nova adaptação, eles se adaptaram perfeitamente às transmissões automáticas. Além disso, os motoristas trabalham com melhor humor, maior segurança e menor cansaço pelo fato de não precisar ficar mudando marchas. Isso é muito importante para a empresa levando-se em consideração que esse tipo de mão-de-obra é extremamente relevante no nosso segmento. Notamos que também há a percepção do passageiro de que o veículo com a transmissão automática é mais confortável, não tem trancos nas mudanças de marchas”, comenta Barbosa.

Nesses 1,1 milhão de quilômetros rodados em quase dez anos de operação com as transmissões automáticas, os protótipos pararam uma única vez, aos 857.000 quilômetros, para a manutenção corretiva de peças que se desgastam naturalmente com o uso do ônibus. Também é importante ressaltar que pela experiência da própria empresa, um ônibus com câmbio manual com essa mesma quilometragem precisará parar para a troca de embreagem, platô, discos etc., aproximadamente 12 vezes. Ou seja, essas peças precisam de substituição, em média, a cada 90 mil quilômetros. Um custo significativo pelo tempo de indisponibilidade do veículo, peças e serviços de oficina.

“Quem não se atualiza fica para trás, e isso é inadmissível em qualquer atividade econômica”, diz Barbosa. “Não há dúvida de que as transmissões automáticas são uma evolução da qual nosso segmento não pode fugir, tanto que depois dessa experiência com os protótipos automáticos acabamos de comprar dez Mercedes-Benz OF 1721, agora feitos na própria fábrica, para as empresas do Grupo”, conclui Barbosa.