Quem a “Itapemirim Linhas Aéreas” atrapalhará mais: Gol, Azul ou Latam?

Criando asas: Itapemirim quer oferecer serviço conjugado de ônibus e avião
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Por Money Times – Márcio Juliboni
Imagem JC Barboza

A intenção da Itapemirim de criar uma companhia aérea, anunciada há poucos dias pelo seu presidente, é vista com certa cautela pelo UBS. O banco suíço reconhece, porém, que, se der certo, a empresa pressionará ainda mais as rivais que já operam no Brasil.

O dinheiro para criar a “Itapemirim Linhas Aéreas” virá de um fundo soberano dos Emirados Árabes. Estão previstos investimentos de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) no projeto.

Rogerio Araujo, Alberto Valerio e Andressa Varotto, que assinam o relatório do UBS, contudo, lembram dos desafios de criar e manter uma companhia aérea no país.

Vale a pena?

Entre eles, estão o reduzido número de aeroportos relevantes (e já dominados pela concorrência), os custos operacionais acima da média mundial e as rígidas regras para escalas de tripulação.

Há, é claro, alguns pontos positivos, segundo o banco. A disposição do atual governo de privatizar mais aeroportos, com vistas a ampliar o número de passageiros; e as vantagens comparativas das companhias de baixo custo (segmento em que a Itapemirim quer entrar) na configuração e manutenção de suas aeronaves.

“Embora ainda seja cedo para avaliar quão rapidamente as operações da Itapemirim crescerão, e quais rotas regionais seriam visadas, vemos o movimento como potencialmente negativo para as aéreas brasileiras (Gol, Azul e Latam)”, afirma o trio.

Alvo

Das três, a Azul (AZUL3) é a que corre mais riscos com a concorrência da Itapemirim, segundo o UBS, caso a nova rival decida mirar em cidades onde a veterana atua sozinha – e com uma grande margem de lucro.

O banco lembra que esta é a segunda companhia aérea regional anunciada no Brasil em pouco tempo. Isto porque, dias antes, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou as operações da espanhola Nostrum em rotas regionais.

O UBS não está nem um pouco otimista com o setor aéreo brasileiro. A recomendação para as ações da Azul (AZUL3) e da Gol (GOLL4) são de venda. Já para a Latam, é neutra.

Os preços-alvos são R$ 43,10 para Azul; R$ 24,40 para Gol; e US$ 9,80 para Latam. As cifras representam quedas potenciais de 27%, 31% para a Azul e a Gol, respectivamente; e alta de 9% para a Latam, com base nas cotações de 13 de fevereiro citadas pela UBS.