A Itapemirim quer voar: empresa receberá aporte bilionário dos Emirados Árabes

O aporte é estimado em R$ 2 bilhões, e deve ser investido na criação da companhia aérea e na modernização da frota de ônibus.
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Por Ônibus Paraibanos, com informações da Folha de S.Paulo e Agência de Notícias Brasil-Árabe
Fotos Paulo Rafael Viana e Bruna Garcia/ANBA

O Grupo Itapemirim está disposto a dar um passo ousado na criação de uma companhia aérea. O presidente da companhia, Sidnei Piva, esteve na comitiva do Governo do Estado de São Paulo que viajou até Dubai, nos Emirados Árabes, para missão empresarial. E nela Piva conseguiu um investimento de US$ 500 milhões – o equivalente a R$ 2 bilhões – de um dos fundos soberanos dos Emirados. Piva preferiu não informar qual dos fundos, se o Abu Dhabi Investment Authority (Adia) ou o Mubadala Investment Company. Ele fechou o negócio nesta quarta-feira (12).

Em entrevista à ANBA (Agência de Notícias Brasil-Árabe) no jantar de encerramento da missão, Piva disse que sua proposta para a viagem era buscar investimentos para a reformulação de frota da Itapemirim e trazer investimento para a empresa aérea do grupo, a Ita, que deve receber sua primeira aeronave comercial de passageiros em 2022 e irá atuar no mercado brasileiro. “O nosso projeto é trabalhar todo o Brasil, principalmente os seus aeroportos regionais, onde vamos formar um grande contingente, o maior número de pessoas possível para levar para as capitais, para que haja condições de trazer mais pessoas não só para os Emirados mas para a Europa, América do Norte, enfim, montar um hub Brasil-Emirados”, declarou Piva, esperando que esse investimento anunciado traga retorno em número de passageiros do Brasil para os Emirados.

Segundo a Folha de S.Paulo, já foram encomendadas pela empresa 35 aeronaves da Bombardier, sendo 15 delas com capacidade para 80 passageiros, e o restante com cerca de 100 passageiros. Ainda segundo a Folha, Piva pretende oferecer um serviço integrado de ônibus e avião para transporte de carga e passageiros, no qual nas palavras do presidente da companhia, é “algo que não existe em outro lugar do mundo”.

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Sidnei Piva, presidente do Grupo Itapemirim

O interesse do fundo de investimento na empresa de transportes é pela logística, segundo Piva. “Nós atendemos 22 estados e temos toda a logística necessária não só para um bom atendimento de passageiros, mas também para levar o aéreo para a população. O retorno para o fundo prevemos que seja de US$ 1,5 bilhão em cinco anos. Isso é muito dinheiro para muito pouco tempo”, completou.

A companhia de Piva também pretende disputar os leilões de concessão de aeroportos regionais do estado de São Paulo. “Nossa meta é adquirir um ou os dois lotes do que o governo de São Paulo acaba de lançar (serão 21 aeroportos regionais divididos em dois lotes). Pretendemos trabalhar e prospectar negócios com os dois lotes com parceiros internacionais, no caso os investidores dos Emirados, que estão colocando todo seu potencial financeiro para ajudar”, afirmou.

Piva disse estar feliz com os resultados da missão empresarial do governo de São Paulo aos Emirados. “Estou muito feliz não só pelo investimento, mas por ser reconhecido pelos executivos do fundo, por eles conhecerem uma empresa que nasceu há 65 anos, ou seja, você vem do outro lado do mundo e é respeitado. Só vejo futuro, vou apoiar todas essa missões, acho que o governo tem que colocar o empresário à frente dos investidores, dos novos mercados, o Wilson Mello, o trabalho que ele está fazendo na InvesteSP é fantástico, acho que tudo isso soma”, concluiu.

Fundada por Camilo Cola, a Itapemirim foi comprada por Piva há três anos. O empresário também é presidente da empresa TTrans, de transporte ferroviário, além de atuar em companhias de outros setores, como Hewitt Equipamentos, Cruzaço e Bom Sinal.

Até dezembro passado, a companhia era administrada por Camila Valdivia, sócia de Sidnei Piva. Porém esta foi afastada do cargo de presidente da companhia na ocasião, após decisão judicial, permitindo assim que Sidnei Piva retomasse o controle da empresa.