Mandacaruense e Marcos da Silva: A velha companheira das ruas vai continuar a sua história

Empresa sai de cena no ano em que completa 50 anos.
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Por Ônibus Paraibanos
Imagens JC Barboza / Paulo Henrique / Kristofer Oliveira

A partir desta terça-feira, 7 de maio de 2019, a Marcos da Silva assume definitivamente as linhas da Mandacaruense. O que começou com a operação emergencial das linhas do Bairro dos Estados, prosseguiu com o suporte operacional de várias linhas e posterior incorporação de outras, culminando no dia de hoje em que a empresa do Altiplano assume as duas últimas linhas que ainda eram operadas pela garagem de Mandacaru, as linhas 504-Mandacaru e 602-Ilha do Bispo, pondo fim a uma história de quase 50 anos.

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Para a agora empresa mais antiga em operação de João Pessoa, foi uma virada espetacular. Até um ano e meio atrás, a até então intacta base da Marcos da Silva se viu diante da necessidade de socorrer uma empresa em apuros e com dificuldade de renovar a frota. Desse modo, dobrou de tamanho em um ano e meio e investiu pesado em ônibus seminovos, a ponto de variar: comprou Marcopolo, CAIO, até Mascarello. Tudo para atender às suas novas linhas, sem deixar de lado a sua base.

E se até então tinha como as suas jóias da coroa as linhas 401-Altiplano e 507-Cabo Branco, linha essa que até tempos atrás, estreava todas as novidades que a Marcos da Silva adquiria, a empresa passa a ter várias outras com a incorporação da Mandacaruense, como as linhas 602-Ilha do Bispo, e a bem procurada linha 1001-Bairro das Indústrias/Via Shopping, esta dividida com a São Jorge e com uma capacidade de possibilidades muito maior de surpreender justamente por conta disso, e é o que ela vem fazendo: no início do ano, incorporou unidades do Torino da atual versão em sua frota – e sobrou até um para fazer o 507.

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A responsabilidade da Marcos da Silva agora é grande, e é a de continuar uma história que suas famílias uniram com o tempo e com a vida. Antes apenas herdando linhas, agora herda também a frota e a garagem de Mandacaru. A última frota da Mandacaruense vai só trocar de número de ordem – se não for renumerada por completo. E já podemos ver um dia os carros da Mandacaruense fazendo as linhas da base da Marcos da Silva, como vimos a frota da Marcos da Silva socorrer tantas vezes a da Mandacaruense na hora do aperto.

A Mandacaruense não resistiu à crise. Aquela crise que os gestores do sistema tanto falam. E a da Mandacaruense durou até um momento que não deu mais. Mas a empresa nunca deixou de lutar, comprando sempre um ou dois carros por ano – fazia compra conjunta com a Marcos da Silva às vezes. E no momento em que a crise a faz sucumbir, a Marcos da Silva não deixou o passageiro sentir a fase mais forte dessa crise. Não esperou a frota da Mandacaruense quebrar todos os dias – como a da Boa Viagem quebrou, por exemplo – para agir. Se saiu muito bem nessa etapa de transição.

E para quem há uns três anos atrás deu a Marcos da Silva como morta, se surpreendeu com essa. A empresa iniciou o dia 7 de maio como a quarta maior empresa da capital paraibana – atrás sequencialmente da Transnacional, da Reunidas, da São Jorge e à frente da Santa Maria. Todas elas da mesma família. E isso para quem jurava que esse seria o seu fim.

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A Mandacaruense sai de cena com uma história para contar e com um legado que terá continuidade, mesmo a marca não existindo mais. Foi surpreendente no seu início, no seu meio, e no seu fim. A marca deixa de existir, mas a velha companheira das ruas continuará a sua história.


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