Aeroportos irão inspirar modelo da rodoviária de Porto Alegre

Por Jornal do Comércio – Isabella Sander Imagem JC Barboza Em análise pela consultoria KPMG, as três propostas de concessão da Estação Rodoviária de Porto Alegre recebidas pelo governo do Estado ...
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Por Jornal do Comércio – Isabella Sander
Imagem JC Barboza

Em análise pela consultoria KPMG, as três propostas de concessão da Estação Rodoviária de Porto Alegre recebidas pelo governo do Estado têm em comum uma questão: todas preveem a modernização do terminal, estabelecendo um modelo semelhante ao usado em aeroportos. Entre as mudanças está prevista a instalação de escadas rolantes e de catracas para acesso à área de embarque, que será exclusiva para passageiros com passagem já comprada.

Ainda não há muita definição sobre quanto custará e como funcionará a concessão da rodoviária. Contudo, já é ponto pacífico no governo que a empresa a ser licitada para vender os bilhetes na estação pelos 25 anos seguintes precisará, como contrapartida, fazer melhorias no prédio do terminal, construído há 48 anos. Também está decidido que a estação não sairá do seu local atual, no Centro de Porto Alegre.

O Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) recebeu três propostas – das empresas Sinart, Socicam e Veppo, atual administradora da rodoviária – e encaminhou os projetos à KPMG, que os analisará até dezembro, podendo escolher um modelo, mesclar pontos de um ou mais ou mesmo acrescentar itens não contemplados. O estudo técnico embasará o edital de licitação do serviço. O diretor de Transportes Rodoviários do Daer, Lauro Hagemann, acredita que o certame será publicado em 2019.

Segundo Hagemann, a possibilidade de transferência da rodoviária para outro endereço foi descartada porque o prédio atual é de propriedade do Estado, o que gera menos custos, e devido à sua localização, logo na entrada da cidade, gerando fluidez e facilitando a entrada e a saída dos ônibus. “Claro, tem que melhorar a pista, dando um tratamento mais permanente à pista de rolagem, que, hoje, recebe apenas remendo. Esperamos que quem assumir o serviço faça essas intervenções sem que precisemos demandar”, afirma.

Outra preocupação é eliminar o fluxo de passageiros na pista e limitar a circulação na área de embarque a passageiros com passagem comprada. O diretor do Daer cita a estação de Campinas como um exemplo de rodoviária com estrutura semelhante à de Porto Alegre, mas com catracas instaladas que permitem o acesso somente de passageiros. A mudança qualificaria a segurança do terminal, que, atualmente, é cenário frequente de roubos e furtos.

“Tenho dito para os interessados que temos que olhar o modelo dos aeroportos e tentarmos nos aproximar disso”, cita Hagemann. Além da restrição de acesso ao espaço onde ficam os ônibus, a ideia é separar as áreas de embarque e desembarque, colocar escadas rolantes, cobertura no local onde as pessoas entram nos táxis, redistribuir as lojas, qualificar a fachada do prédio e criar um recuo para carros em frente à rodoviária, do outro lado da rua, onde, hoje, funciona o estacionamento privado em terreno de propriedade do Daer.

A Veppo administra a venda de passagens há 77 anos e, segundo Hagemann, há quase 20, tem a licitação do serviço vencida. Em 2014, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou irregularidades no contrato com a empresa e determinou prazo de seis meses para que o Daer apresentasse um plano de regularização do serviço. No ano seguinte, o órgão estadual chegou a anunciar que faria uma licitação tampão provisória só para a venda dos bilhetes, mas a ideia foi abandonada, uma vez que o departamento considerou que a regularização do serviço dependia da aprovação do plano diretor do sistema, aprovado em janeiro de 2016. O Ministério Público do Rio Grande do Sul acompanha a questão.