Empresas de ônibus querem isenção e dizem que não estão lucrando em Natal

De Tribuna do Norte Imagem John Herbert As empresas que fazem o transporte de passageiros em Natal alegam que não estão conseguindo lucro. A informação é do consultor do Sindicato das Empresas de ...
Image

De Tribuna do Norte
Imagem John Herbert

AddText_01-25-05.35.34

As empresas que fazem o transporte de passageiros em Natal alegam que não estão conseguindo lucro. A informação é do consultor do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal (Seturn), Nilson Queiroga. Segundo ele, os custos para operacional as linhas são altos e é necessária isenção fiscal para que os serviços sejam viáveis. Para ele, a retirada de impostos por parte do Estado e Município permitiria a manutenção da tarifa atual, de R$ 3,35.

Segundo Queiroga, que concedeu entrevista à 96 FM, os empresários estão enfrentando dificuldades devido à redução de passageiros e aumento no preço do óleo diesel, principalmente. Segundo ele, em quatro anos, o número de passageiros que trafegam nos ônibus de Natal a cada dia caiu de 400 mil para 350 mil, o que seria fruto das atuais tarifas.

“Como o número de passageiros caiu, a tarifa tende a ser mais cara e as pessoas estão buscando alternativas, como seguir para o trabalho a pé, de bicicleta ou carona. O que ocorre é que, com menos passageiros, a tarifa tem que ser mais alta para arcar com os custos de manutenção”, disse Queiroga.

De acordo com o consultor do Seturn, as empresas consomem aproximadamente 80 mil litros de óleo diesel por dia, o que corresponde a 30% do custo total para o funcionamento dos ônibus. Além disso, 50% do valor da tarifa é destinado aos salários dos rodoviários, enquanto o restante se divide entre compra de peças, manutenção da frota e impostos. Questionado sobre qual o percentual de lucro das empresas, ele disse que não há.

“O que está ficando, no momento, é só prejuízo”, garantiu.

Para melhorar a situação, a alternativa encontrada pelo Seturn é o aumento da tarifa de ônibus para R$ 3,75, mas o valor ainda não foi analisado pelo conselho que trata dos transportes no Município, além de ser necessária a chancela do Poder Público. Para Queiroga, caso ocorram desonerações do ICMS (cobrado pelo Estado) e ISS (cobrado pelo Município), impostos que afetam diretamente no valor da tarifa, o preço das passagens poderia ser R$ 0,35 mais barato.

“Vários estados estão com a desoneração, recebendo o incentivo. A licitação (dos transportes, que foi deserta) deu mostras de que o modelo atual não é atrativo. Em 19 capitais houve a redução nos impostos, que são pagos pelos próprios usuários do transporte. As empresas estão em situação difícil, mas não contam com a sensibilidade dos entes públicos”, criticou.

A definição sobre o valor da tarifa de ônibus ainda não tem data para ocorrer. A STTU aguarda a definição sobre o reajuste que será concedido aos rodoviários, que deverá ser definido até o início de março. Por outro lado, o Seturn disse que o Município já acenou que não concederá aumento na tarifa maior do que o referente à inflação.