MAN confirma articulado de motor dianteiro e projeta 2018 com otimismo

De Faixa Exclusiva Imagem JC Barboza A MAN Latin America, detentora da marca Volksbus, confirmou o desenvolvimento de um novo chassi de ônibus articulado de motor dianteiro, conforme antecipado ...
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De Faixa Exclusiva
Imagem JC Barboza

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A MAN Latin America, detentora da marca Volksbus, confirmou o desenvolvimento de um novo chassi de ônibus articulado de motor dianteiro, conforme antecipado pelo Faixa Exclusiva em setembro. A proposta do fabricante é a de oferecer um produto com melhor relação custo x benefício a cidades de porte médio sem condições de investir em chassis mais pesados, para linhas de alta capacidade. A homologação do chassi segue a nova versão da norma NBR 15-570, que define os padrões a ser seguidos pelos veículos de transporte coletivo.

Em entrevista ao blog, por telefone, o gerente nacional de vendas de ônibus da MAN, Jorge Carrer, falou sobre os números de vendas de 2017 e as expectativa para 2018, diante do período pré-eleitoral. O otimismo, contudo, é acompanhado com cautela.

O ano que se encerrou foi considerado positivo pela MAN, que cresceu 20% em vendas, ganhando 2,5% de participação de mercado depois de um período de queda de mercado nos últimos quatro anos. Os chassis Volksbus mais vendidos foram o micro-ônibus 9.160 e o motor dianteiro 17.230. Em janeiro começa a produção do 17.260 Full Air, com suspensão a ar.

“Pelo cenário de 2018, de uma forma geral, neste primeiro semestre, independente de eleições, teremos um ano melhor. A taxa de juros está menor, há reajustes de tarifa saindo e a economia está melhor. As eleições podem favorecer (o mercado), mas vamos passar por alguns período de turbulência. Pela própria indecisão do cenário. As prefeituras junto dos estados vão puxar as renovações de frota até pelo apoio das reeleições”, aponta Carrer.

A transmissão automatizada responde por 10% das vendas dos motor dianteiro. Número que só não foi maior devido à retração do mercado e a procura dos operadores por produtos mais baratos. A suspensão a ar tem mostrado resultados positivos de conforto e redução interna de ruído, respondendo por 25% do volume. O opcional custa cerca de R$ 15 mil, e o chassi de motor quatro cilindros (17.230), na faixa de R$ 170 mil.

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA O fabricante defende a inclusão do articulado de motor dianteiro à Norma NBR por entender que o chassi evoluiu muito em relação aos ônibus de cerca de 10 anos – ainda com suspensão por feixe de molas, transmissão manual e ausência do ABS. “Nossa proposta é trazer toda a tecnologia ao motorista e em termos de custo, atender muitas cidades do país sem condição de investir num produto muito mais caro e que necessitam de veículos de alta capacidade em algumas linhas. É importante ter isso no portfólio. Algumas cidades, de médio porte, tem articulado de motor dianteiro rodando e precisam dessa opção para a sua frota. Aguardamos com ansiedade as definições da Norma, na última consulta pública. Temos o produto em fase final de desenvolvimento”, confirma Carrer.

Outro produto antecipado pelo blog é a nova geração de micro-ônibus baseada na linha de caminhões leves Delivery. Os novos chassis, contudo, só deverão chegar ao mercado em dois a três anos. A idéia é desenvolver um produto totalmente novo e não apenas transformar os chassis leves em micros. “Queremos criar um chassi novo a partir das tecnologias. Será uma linha nova”, atenta o executivo.

O segmento de ônibus rodoviários também é acompanhado com atenção pela MAN, mas com os volumes de vendas caíram nos últimos anos, o investimento depende da retomada do mercado. “Esse sempre foi um sonho que a gente nunca conseguiu ter o produto adequado para esse tipo de operação. Como os volumes de vendas caíram nos últimos anos, ficou mais difícil justificar o investimento. Tem algumas marcas muito tradicionais. A gente tem de lançar o produto certo nesse segmento para brigar de igual para igual. A exemplo do que a gente fez com os cavalos mecânicos MAN TGX. Continua sendo algo que avaliamos a todo o momento”.

TESTE NA RMBH O articulado 26.330 OTA em testes no grupo Rodap, de Santa Luzia, na RMBH, permanecerá na empresa por mais dois ou três meses. De fora do lote inicial de articulados do Move, de 2014, o chassi de motor traseiro tem agradado o operador e pode ser acrescido à frota na próxima renovação do sistema BRT.

“O teste tem sido muito bom. O chassi foi bem na parte de performance, consumo de combustível. É um ônibus que está muito acertado. É uma pena que no Brasil não tenha se comprado muito articulado de piso alto. Belo Horizonte é um grande desafio pra gente. Um mercado conservador, com muitas empresas tradicionais e um trabalho muito forte com a marca concorrente. É um trabalho de formiguinha mostrar a Volkswagen”, conclui o executivo.