Novo presidente da Busscar: “Pretendemos entregar os primeiros ônibus em abril”

De NSC Total Por Cláudio Loetz Imagens JC Barboza / Cléber Gomes O primeiro ônibus a sair da linha de produção da fábrica da Carbuss Indústria de Catarinense de Carrocerias (marca Busscar), em ...
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De NSC Total
Por Cláudio Loetz
Imagens JC Barboza / Cléber Gomes

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O primeiro ônibus a sair da linha de produção da fábrica da Carbuss Indústria de Catarinense de Carrocerias (marca Busscar), em Joinville, nesta nova etapa da empresa, já tem destinatário: é a Viação Paraty, de Araraquara (SP), cliente que faz questão de receber o carro número 001. As primeiras unidades chegarão ao mercado em abril. Hoje, sete meses depois da aquisição, os novos donos já contrataram 158 funcionários e a meta é ter mil empregados até o final deste ano, conta o presidente da Caio/Induscar, Maurício Cunha, um dos sócios do negócio.

Os modelos e os estilos dos ônibus estão guardados sob absoluto sigilo industrial. Mas, com a concordância da direção da empresa, o fotógrafo Cleber Gomes fez o registro histórico no dia 25 de janeiro do início da montagem do primeiro ônibus.

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A seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva feita com o presidente Maurício Lourenço da Cunha.

A Busscar faliu pelas mãos dos ex-donos e renasce com os novos controladores. O que já foi feito ao longo destes sete meses, desde a formalização da compra, por investidores da Caio/Induscar?

Os sócios que adquiriram a Busscar constituíram a Carbuss Indústria Catarinense de Carrocerias (razão social), mas a marca permanece sendo Busscar. Durante estes meses promovemos a recuperação das instalações físicas, do maquinário, a recomposição do fornecimento de energia elétrica e fizemos a manutenção geral do espaço.

Já está tudo pronto para o início da produção?

A etapa, agora, é adaptar a área física para a produção dos ônibus convencionais e double deck. No geral, os espaços já estão funcionais e começou a montagem. Vamos fabricar quatro modelos convencionais de ônibus e o double deck, todos rodoviários.

Para dar início ao processo de conceber os modelos e estilos dos novos ônibus, em Joinville, há um grupo de profissionais desenvolvendo os projetos já faz oito meses. Quantos funcionários já tem a Carbuss?

Sem dúvida. Acreditávamos tanto no sucesso da compra da Busscar que antes de assinar o contrato tínhamos alguns profissionais fazendo os projetos iniciais na condição de freelancers. Especialmente designeres e engenheiros. Atualmente já são 158 funcionários contratados para diferentes funções.

Quem vai gerir a unidade?

Será o engenheiro Sérgio Souza, com o cargo de gerente industrial. Ele tem mais de 30 anos de atuação no ramo, 24 deles unicamente na Busscar. É um apaixonado pela empresa. O gerente administrativo e controller é Sócrates Dell Omo, que veio de Botucatu (SP), sede da Caio/Induscar. E, lógico, ainda virão os coordenadores de áreas específicas.

A produção já começou?

Pretendemos entregar os primeiros ônibus em abril. O ônibus número 001 da nova Busscar será entregue à Viação Paraty, de Araraquara, interior paulista. É um tradicional cliente da antiga Busscar e da Caio, também. Eles queriam muito ter o ônibus 001.

O novo produto terá quais diferenciais?

Estamos trabalhando para manter o DNA da antiga Busscar. Tanto é que 95% das pessoas são ex-Busscar. Fazemos produtos atualizados com o que o mercado está precisando. O maior diferencial será o estilo, mas quem é conhecedor de ônibus – os busólogos – vão perceber que é Busscar.

Quantos ônibus vão produzir por dia, neste recomeço?

Não vamos iniciar com seis, oito por dia. Isso não será possível de imediato. O volume vai aumentar gradativamente. Em breve teremos a equipe comercial. O objetivo é produzir tanto para o mercado nacional como para exportação. Neste caso, para clientes da América do Sul: Argentina, Paraguai, Chile, Uruguai.

A progressão da produção será acompanhada por mais empregados. Qual é a previsão?

Estimamos que se chegue a mil, 1,1 mil trabalhadores até o final deste ano. As vagas serão abertas de acordo com as nossas necessidades. Já temos 11 mil currículos cadastrados. Os interessados podem enviar currículo para o endereço www.busscar.com.br e clicar no link “Trabalhe conosco”. Em fevereiro vamos fazer avaliação mais aprofundada do universo de currículos recebidos para selecionar o pessoal por áreas de atuação.

Quanto já foi investido nesta fase pré-operacional?

Até o momento, investimos R$ 30 milhões. O valor total a ser aplicado não sabemos por enquanto. Mas serão pelo menos R$ 100 milhões.

A unidade de fibra de vidro, que havia em Rio Negrinho, continuará lá?

Não. Trouxemos essa unidade também para Joinville. Vai operar no local que servia, anteriormente, de centro logístico de materiais necessários à produção das carrocerias, aqui mesmo, neste terreno, na zona industrial do município. A área de logística vai ficar junto com a da fabricação dos ônibus. Assim, otimizamos todos os ambientes. Em Rio Negrinho o prédio ameaçava cair. Não havia mais condições de mantê-lo.

A empresa vai se enquadrar nos programas de vantagens fiscais…

Sim. Tivemos boas conversas com o governo do Estado, com a Fatma, com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável e com a Fazenda. Em questão, os benefícios do Prodec, do Proemprego e também o governo se comprometeu a equalizar benefícios fiscais concedidos por outros Estados. Tivemos boa conversa com a Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável da prefeitura de Joinville.

A burocracia do setor público atrapalhou em algum momento?

Houve uma demora para o registro da empresa em Santa Catarina, mas isso está superado. Não há indicativo de que haverá dificuldades para o início da operação.