Sindicato fecha garagem da Viação Itapemirim e ônibus atrasam no ES

De Gazeta online Imagem Vítor Jubini Os ônibus da Viação Itapemirim no Espírito Santo não saíram da principal garagem da empresa, no bairro Alto Lage, em Cariacica, nesta quinta-feira (28). Desde às ...
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De Gazeta online
Imagem Vítor Jubini

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Os ônibus da Viação Itapemirim no Espírito Santo não saíram da principal garagem da empresa, no bairro Alto Lage, em Cariacica, nesta quinta-feira (28). Desde às 8h da manhã, motoristas e cobradores bloquearam a saída de veículos em protesto pelo atraso de salários e outras remunerações. Com isso, pelo menos três linhas atrasaram o embarque na Rodoviária de Vitória em até duas horas.

Segundo o presidente de honra do Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários), Carlos Alberto Mazoni, a paralisação foi encerrada por volta das 13h30. Após negociação com a empresa, foram liberados os pagamentos da quinzena dos funcionários e os tíquetes de alimentação. Os trabalhadores da empresa no Espírito Santo se juntaram a movimentos realizados também na Bahia e em São Paulo, que também cruzaram os braços na última quarta-feira (27).

“A administração estava colocando os pagamentos em dia, chegou a ficar cinco meses atrasados, mas faltavam dois para normalizar o pagamento. Até o plano de saúde, que descontaram dos funcionários, não foi repassado às operadoras. Queremos que a empresa pague ao menos o 13º salário, para o trabalhador não passar o Réveillon sem dinheiro. Até lá, não vai sair nenhum ônibus”, afirmou, no fim da manhã.

Após o encerramento do movimento, Mazoni disse que foi feita uma planilha de pagamentos e afirmou que as paralisações voltarão a acontecer se os pagamentos atrasarem novamente.

Apesar da paralisação de parte da frota, funcionários trabalhavam normalmente dentro das dependências da empresa. A reportagem tentou falar com alguns deles, que atuavam nos guichês da Rodoviária de Vitória, mas não quiseram dar nenhuma declaração.

Enquanto isso, na rodoviária, cerca de 50 passageiros esperavam por uma definição da viação. Depois de duas horas de espera, algumas pessoas que estavam com passagens para o Rio de Janeiro, com previsão de saída às 11h, conseguiram embarcar. A empresa colocou parte deles em vagas disponíveis em um ônibus da Itapemirim que saiu do Ceará e seguia para o Rio de Janeiro. A empresa fez o reembolso de algumas passagens, mas usuários reclamaram que apenas os bilhetes pagos em dinheiro estavam sendo devolvidos.

“Tentei pegar o reembolso para comprar passagem em outra empresa. Essa época de feriado fica mais difícil de arrumar passagem e a gente quer encontrar nossa família, não dá para esperar eles passarem por todo o processo de estorno e a gente perder esse tempo todo. A moça me disse que não tinha dinheiro para pagar o reembolso de todo mundo”, conta a empresária Marlene Alves Pinto. A passagem dela estava marcada para as 11h, mas ela só conseguiu embarcar às 13h.

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O garçom Luiz Cláudio Mendes Victoria conseguiu pegar o reembolso de uma das passagens que comprou. Ele reclama da falta de informação por parte dos funcionários e está preocupado se conseguirá chegar a seu destino.

“Eu não sei como vou chegar. Estou indo para o Rio de Janeiro a passeio, não conheço ninguém lá. Tem uma pessoa me esperando, mas dependendo da hora que sair daqui, não sei se ela estará disponível para me buscar. Ninguém da empresa sabe explicar nada e a gente fica aqui a mercê disso tudo”, desabafa.

Procurados pela reportagem, os sócios da empresa, Camila Valdivia e Sidnei Piva, afirmaram que no momento não podem auxiliar os funcionários como gostariam, já que foram afastados da gestão da empresa por decisão do juiz Leonardo Mannarino Teixeira Lopes, no último dia 19.

“Estamos aguardando os prazos e reunindo documentos para nossa defesa. A única coisa que podemos afirmar é que na nossa gestão esses pagamentos estavam sendo resolvidos em parte. Infelizmente, estamos de mãos atadas, aguardando e confiando que a justiça será feita e seremos reconduzidos a nossas funções”, afirmaram, em nota.

Camila e Sidnei afirmam que “tudo que está ocorrendo é fruto da má gestão dos antigos proprietários”. “Nos solidarizamos com todos os funcionários e continuamos à disposição para fazer o possível e o impossível pela nossa empresa”.

O representante da administradora judicial Advocacia Saraiva e Associados, João Manuel Saraiva, que foi nomeado interventor da empresa até a assembleia de credores, afirmou que os valores devidos foram pagos e o movimento se encerrou. “A gestão foi nomeada e está solucionando os problema detectados”, afirmou.