BRT pernambucano sofre com a evasão de receita

De Jornal do Comércio Imagens Gilberto da Costa Júnior / Guga Matos Como se não bastasse todos os problemas de operação, os atrasos na conclusão dos corredores e os assaltos, o BRT pernambucano tem ...
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De Jornal do Comércio
Imagens Gilberto da Costa Júnior / Guga Matos

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Como se não bastasse todos os problemas de operação, os atrasos na conclusão dos corredores e os assaltos, o BRT pernambucano tem sofrido também com a evasão de receita, ou seja, com passageiros que entram no sistema sem pagar a tarifa. O problema não é exclusividade do BRT e atinge, há muito tempo, todo o sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife. Mas no caso do Bus Rapid Transit a evasão começa a assustar operadores e gestores e a provocar reações que estão descaracterizando ainda mais o sistema, como é o caso do modelo de bloqueios instalados na recém-inaugurada Estação Benfica, do Corredor Leste-Oeste, que entrou em operação na última segunda-feira, após cinco anos de espera para ser construída.

“Temos sofrido muito com a evasão. Estamos vendo os ônibus circulando cheios e a demanda caindo. As pessoas têm invadido as estações do BRT por fora e, em muitos casos, pulam os bloqueios”,

Djalma Dutra, do Consórcio Mobibrasil, operador do Corredor Leste-Oeste

O equipamento que está sendo testado difere em muito dos bloqueios modernos projetados para as estações de BRT. É feio, grosseiro e dificulta o acesso dos passageiros. Obesos, pessoas com qualquer dificuldade de locomoção e até mesmo quem costuma andar com bolsas ou mochilas tem dificuldade para passar. A largura é a mesma dos outros bloqueios, garantem os operadores, mas a altura é o que dificulta a passagem. Enquanto os bloqueios convencionais das estações de BRT têm um metro, o novo modelo tem 1,40 metro. “É importante ressaltar que é apenas um teste e que o acesso das pessoas com dificuldades está liberado por fora dos bloqueios.

Vale lembrar que o impacto da evasão de receita, de um jeito ou de outro, pesa no bolso do passageiro que paga para andar no sistema. O prejuízo volta de duas formas. Em primeiro lugar, com ônibus circulando mais cheios porque a oferta de frota é dimensionada para a quantidade de usuários que passam no validador dos coletivos. Em segundo lugar, pagam uma tarifa cada vez mais cara porque o custo do sistema se torna maior do que a receita arrecadada. Essa é a principal explicação dada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE).


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