Viação Itapemirim: a queda de um império – Grupo diz que processo de venda de empresas foi legal

De Gazeta online Imagem Paulo Rafael Viana Diante das denúncias aventadas pela família Cola, ex-controladora da Viação Itapemirim, os novos sócios do grupo, Sidnei Piva de Jesus e Camila de Souza ...
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De Gazeta online
Imagem Paulo Rafael Viana

2012 (19)

Diante das denúncias aventadas pela família Cola, ex-controladora da Viação Itapemirim, os novos sócios do grupo, Sidnei Piva de Jesus e Camila de Souza Valdívia, se defendem, mostrando documentos e afirmam que a transação foi legal.

A reportagem solicitou entrevista pessoalmente, por videoconferência ou por telefone, mas os sócios preferiram responder os questionamentos por e-mail.

De acordo com o grupo, a transferência do controle acionário foi realizada por meio de contrato de compra e venda de participações, elaborado pelos advogados dos próprios vendedores Camilo Cola e Camilo Cola Filho. Eles afirmam que toda a documentação para transferência das empresas foi assinada pelos antigos donos.

“Todos os documentos foram assinados. Os anexos também foram apresentados em Juízo. A família, num primeiro momento, chegou a negar a assinatura dos contratos. Depois de comprovada a assinatura, passou a dizer que havia pendência de assinatura dos anexos”, completam.

O grupo informa que a questão virou objeto de discussão na Câmara Brasil-Canadá. “Quando surgiu o primeiro questionamento pelos ex-sócios, os novos sócios, por proteção, requereram perante a Câmara Brasil-Canadá, a instauração de procedimento arbitral visando se proteger de eventual conflito de interesses dos ex-sócios”.

Também por e-mail, o grupo enviou um documento com as alterações contratuais levado a registro na Junta Comercial do Espírito Santo, com todas as páginas assinadas por Camilo Cola e Camilo Cola Filho, sem reconhecimento de firma.

Quando a atual gestão assumiu a empresa no final do mês de outubro de 2016, dívidas se acumulavam aos montes, e os salários dos trabalhadores estavam com quatro meses de atraso

Sidnei Piva e Camila Valdívia,donos da itapemirim

O grupo também destacou que, “não fosse a recuperação judicial, a empresa teria perdido todas as suas linhas” porque recebeu uma Declaração de Inidoneidade emitida pela ANTT.

Sobre a denúncia de que os débitos das empresas não estão sendo quitados, os sócios dizem que “os pagamentos são rigorosamente comprovados dentro do processo de Recuperação Judicial”. Os sócios ainda afirmam que as retiradas para a Delta X são prestação de serviço. “A Delta X é uma empresa que compõe o grupo e, como é natural, presta serviço para a Viação Itapemirim e outras empresas visando à redução dos custos”.

Os sócios afirmam que “quando a atual gestão assumiu a empresa no final de outubro de 2016, dívidas se acumulavam aos montes, e os salários dos trabalhadores estavam com quatro meses de atraso. Também não pode ser esquecido que há outros créditos excluídos do regime de recuperação judicial que estão sendo cumpridos pela empresa”.

Nesse ponto, citam como exemplo a renegociação de uma dívida com o Banestes que, segundo eles, afeta uma fazenda da família.

Após as denúncias da família Cola, o grupo processa Camilo Cola Filho por calúnia. “O mesmo não honra o que assina e prefere espalhar fofoca pelo Estado ao invés de assumir que vendeu a empresa, e mais do que isso, assumir que errou em sua administração levando a empresa ao colapso”, afirmam os sócios por e-mail.

A Delta X é uma empresa que compõe o grupo e, como é natural, presta serviço para a Viação Itapemirim e outras empresas visando à redução dos custos

Sidnei Piva e Camila Valdívia, donos da Itapemirim

Eles também destacaram que “têm um enorme respeito por Camilo Cola, fundador do grupo Itapemirim, e jamais adotarão qualquer medida para despejá-lo. A única intenção é promover a recuperação das áreas dos escritórios”. O grupo ainda esclarece que a área onde fica a casa de Camilo Cola é chamada de área histórica, e não contempla o pedido de desocupação, “inclusive sendo matrículas diferentes”.