De Gazeta online
Imagem Kevin Willian
Hoje diretor de novos negócios da Itapemirim, Anísio José Fioresi, que foi diretor financeiro e participou da empresa durante 42 anos na gestão dos Cola, afirmou que não cometeu qualquer ato de traição com a família e diz que não foi mentor da recuperação judicial. Ele afirma que era contra a ideia.
“Todos os documentos, está tudo chancelado pelos acionistas. A decisão da recuperação judicial, eu era contra naquele momento. Não concordava porque a empresa não estava preparada para isso por uma série de questões”, explica.
Segundo ele, a dívida era impagável e a empresa estava dando prejuízo, sem conseguir nem mesmo pagar os juros. “Grande parte da frota, sua maior geradora de receita, estava parada. A empresa não tinha mais inclusive patrimônio para suportar a dívida na escalada que ela estava. A situação foi alertada, apontada e advertida”, diz.
Segundo ele, havia desde recursos utilizados para socorrer outras empresas até retiradas do caixa. “A empresa não fez um trabalho de governança familiar, então a família vivia do caixa da empresa. Isso foi se acumulando ao longo do tempo”, explica.
Ele diz que não traiu a família. “Não participei da composição do negócio, eu fui comunicado da transferência da sociedade. Sempre procurei fazer tudo com a maior lisura.”
Ainda chefe do setor jurídico da Viação Itapemirim, o advogado Romulo Barros Silveira também afirma que não orientou ninguém a entrar em uma recuperação judicial. “Quem trouxe a ideia foi um outro diretor institucional”, diz.
Na época, Silveira diz que não advogava, mas como conselheiro, disse que podia ser uma boa alternativa para a empresa.
“Eu sempre achei esse negócio extremamente difícil, uma empresa com dívidas da ordem de R$ 1 bilhão, reverter é quase impossível. Achei que a empresa deveria ser reestruturada pelo grupo que controlava ela naquele momento. A recuperação nunca foi pautada na geração de caixa, e sim, na venda de ativos”, explicou.
Silveira afirma que continuou na empresa com a nova gestão pois Camilo Filho o dispensou. “Eu me senti à vontade profissionalmente em aceitar o convite feito pelos novos donos”. Atualmente, ele trabalha para outras empresas de Sidnei Piva e Camila Valdívia.