Grupo Itapemirim anuncia reestruturação, pagamento de salários atrasados e novas contratações

De Folha Vitória Imagens ​Alissandra Mendes Nesta quinta-feira (6), os novos proprietários das empresas Viação Itapemirim, Transportadora Itapemirim, ITA – Itapemirim Transportes, Imobiliária ...

De Folha Vitória
Imagens ​Alissandra Mendes

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Os empresários Milton Rodrigues Junior, Camila de Souza Valdívia e Sidnei Piva de Jesus são os novos proprietários do Grupo Itapemirim.

Nesta quinta-feira (6), os novos proprietários das empresas Viação Itapemirim, Transportadora Itapemirim, ITA – Itapemirim Transportes, Imobiliária Bianca, Cola Comercial e Distribuidora e Flecha Turismo Comércio e Indústria, apresentaram os novos investimentos e a filosofia de trabalho. As empresas estão em processo de recuperação judicial e foram adquiridas por um grupo investidor de São Paulo.

Os empresários Sidnei Piva de Jesus, Milton Rodrigues Junior e Camila de Souza Valdívia, nomeada presidente da empresa, falaram sobre os desafios e os investimentos que estão sendo feitos desde o dia 1º de novembro de 2016, quando assumiram a gestão das empresas.

“Nunca vamos esquecer de onde nossa empresa surgiu. Vamos fazer uma gestão transparente, melhorando os serviços, e olhando pelos funcionários que foram tão guerreiros diante dos dias difíceis da empresa. O maior patrimônio da empresa é ter responsabilidade de tudo que gasta. Isso traz segurança para os funcionários e para os credores. Vamos continuar abraçando Cachoeiro, e isso não vai mudar. Quem foi o patrono de tudo isso é o Sr. Camilo Cola, e devemos a ele todo o nosso respeito”, ressalta Sidnei Piva de Jesus.

Camila e Sidnei são sócios em outras empresas há 10 anos. “Milton entra conosco e vai compor futuramente o quadro de sócios. Ele é o terceiro investidor e vem do ramo de transporte. Somos uma empresa de São Paulo e já trabalhávamos na reestrutura de empresas. Tivemos conhecimento da situação do Grupo Itapemirim, nos interessamos, conversamos e fechamos. Por causa da confidencialidade do processo, não podemos ampliar o assunto”, explica a presidente.

Itapemirim

A matriz continuará em Vitória e a sede operacional da empresa continuará em Cachoeiro, onde funciona o centro operacional da revisa. “O mais importante do Grupo é que saímos de uma economia de comando nas mãos e passamos a profissionalizar a planta. Isso quer dizer que vamos trazer a dinâmica econômica do país para dentro da empresa. Dentro da nova estrutura, profissionalizamos e administramos em conjunto”, ressalta Camila.

Sidnei explica que a nova gestão vai frisar o direcionamento da recuperação judicial. “Pegamos tudo de errado ou ruim na gestão passada, e entramos com foco nisso: de colocar os salários em dia, treinar os motoristas, reparar os ônibus. Essa foi a nossa demora em nos anunciar. Essa mudança interna foi o nosso foco”, ressalta.

“Somos reestruturadores de empresa e viemos da área jurídica. Vamos trazer pessoas profissionais do mercado para assumir cada área especifica da empresa. Como filosofia do grupo, vamos trazer uma nova roupagem para a Itapemirim. A empresa já foi considerada a maior do transporte na América Latina e queremos voltar. Hoje estamos entre as 10, segundo a ANTT. Ela não é conhecida nacionalmente, e sim, mundialmente”, frisa Camila.

A empresa já está realizando novas contratações em Cachoeiro para todas as divisões. “Estamos ativando setores parados dentro da empresa. Contratamos novos motoristas, mecânicos, além do retorno de setores que não existiam mais e novas plataformas. Não estamos só contratando, estamos operando de forma normalizada, pagando os salários”, explica Sidnei.

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Os novos sócios das empresas que integram o Grupo Itapemirim apresentaram os investimentos na empresa e a filosofia de trabalho.

Revitalização

A nova presidente do Grupo deixou claro que a família Cola não tem nada a ver com a nova gestão. “Ninguém da família faz parte do grupo, nem por percentual e nem no quadro de funcionários. Estamos escrevendo uma nova história para a empresa”, destaca Camila.

Com uma dívida de R$ R$ 336,49 milhões e quase R$ 1 bilhão em impostos, o Grupo Itapemirim entrou em processo de recuperação judicial em março de 2016. “É notório que a empresa tinha muitos credores e para a gestão anterior era muito difícil manutenção da empresa. Quando fomos procurados, para dar um diagnóstico para a Itapemirim, veio também a proposta. O que nos levou a comprar, foi o desafio e a nossa expertise no negócio. Temos experiência na área”, ressalta Sidnei.

“Na parte de investimento, tudo que Camilo Cola construiu desde o primeiro dia, foram várias grandes empresas. Todos falam de Viação Itapemirim. Nossos plano é revitalizar a frota. Já começamos. Já adquirimos 80 ônibus seminovos, e temos um projeto de compra junto à Mercedes para mais 60 ônibus novos. A previsão para 2018 é ter investimento na ordem de R$ 300 milhões em compra de ônibus”, garante Milton.

Para isso, os sócios vão buscar parceiros e investidores no Espírito Santo, no Brasil e até de outros países. “Nossa equipe financeira para isso está trabalhando e já conseguimos grandes avanços”, comenta Sidnei.

A empresa Kaissara, separada do Grupo Itapemirim, também foi integrada ao grupo de recuperandas, após uma decisão judicial. “Foi detectada uma irregularidade de transferência das linhas, e uma irregularidades das cotas sociais, que pertenciam a dois antigos funcionários da Viação Itapemirim. O Kudiciário, através de um pedido do Ministério Público Federal, determinou que a Kaissara deveria retornar ao quadro da Itapemirim. Ela entra como a sétima recuperanda do Grupo. Hoje, opera como Kaissara, mas também nas linhas como Itapemirim. A ANTT já nos autorizou a operação das duas linhas. Todos terão a mesma logomarca e com o nome Tour Itapemirim”, finaliza a presidente.


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