Busscar está a um passo de ser comprada

De A Notícia Imagem Henrique Simões Em conversa telefônica com a coluna, o juiz da 5ª Vara Cível da comarca de Joinville, Walter Santin Junior, sinalizou que deverá dar despacho nesta sexta-feira nos ...

De A Notícia
Imagem Henrique Simões

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Em conversa telefônica com a coluna, o juiz da 5ª Vara Cível da comarca de Joinville, Walter Santin Junior, sinalizou que deverá dar despacho nesta sexta-feira nos autos do processo de falência da Busscar, com a confirmação do interesse oficial da Caio Induscar de comprar as instalações, equipamentos e tecnologia da ex-fabricante de ônibus sediada em Joinville.

Advogado da Caio esteve no Fórum de Joinville nesta quarta-feira. Reafirmou ao juiz Santin que a empresa de Botucatu-SP quer, sim, comprar a Busscar. O valor proposto, e já expresso nos autos, soma R$ 67,5 milhões. Até o momento, oficialmente, o nome da potencial compradora é mantido sob sigilo. A virtual homologação da aquisição deverá ocorrer até o fim do mês, respeitados os procedimentos jurídicos necessários e antecedentes ao ato. O magistrado explica:

— Desejo fazer a homologação até o Carnaval. A partir da próxima segunda-feira, dia 13, encaminharei para o administrador judicial Rainoldo Uessler se manifestar no prazo de cinco dias úteis. E, na sequência, o Ministério Público também terá igual tempo para se pronunciar.

A coluna apurou que a Caio, agora única proponente, pediu para conhecer a tecnologia empregada para a produção dos ônibus double deck, da Busscar. Quer ter a certeza de que funciona, antes de oficializar a compra. Uma cautela necessária. Deverá ganhar este direito, resguardando o sigilo e a proteção ao segredo industrial.

No dia 7, expirou o prazo para as empresas estrangeiras apresentarem documentos e firmarem eventual intenção de entregar proposta superior àquela da Caio. Mas os dois grupos internacionais declinaram. O da China alegou que precisaria de, no mínimo, mais seis meses pra evoluir com o “projeto de compra”. Ou seja, não é certeza ainda que daqui seis meses desse um “ok” para comprar a Busscar. Uma empresa portuguesa também só tinha um “projeto” de compra, que sequer foi aprovado. Neste caso, tratava-se de empresário português, que tentou vender o projeto de compra da Busscar para um grupo de investidores da Suíça.

Depois de quatro leilões para a venda da Busscar como operação, sem sucesso, surgiu a proposta de compra, condicionada à retomada de atividades de carrocerias de ônibus. Essa proposta da Caio (até agora sem aparecer oficialmente como interessada) dá a perspectiva de volta da produção, ainda em 2017, com a contratação inicial de 300 funcionários.

O investimento a ser feito é de aproximadamente R$ 100 milhões. A partir daí, o juiz recebeu três ofertas. Uma da China, de R$ 160 milhões, e outra de Portugal, de R$ 73 milhões — já referidos. Apareceu, também, neste meio tempo, uma proposta de um grupo de investidores de Joinville, no valor de R$ 70 milhões. Estes empresários queriam fazer um investimento imobiliário. E por razões legais, o grupo foi desclassificado. Agora, restou a Caio Induscar. Que deve abocanhar o negócio.