“Por que só se reclama da tarifa dos ônibus?” – questiona o presidente da ONG ETEV

De ONG ETEV Imagem Paulo Rafael Viana “Tudo vem aumentando seus preços. A única exceção está nos salários de algumas categorias do funcionalismo público. E não se vê ninguém e nem na imprensa ...

De ONG ETEV
Imagem Paulo Rafael Viana

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“Tudo vem aumentando seus preços. A única exceção está nos salários de algumas categorias do funcionalismo público. E não se vê ninguém e nem na imprensa reclamações sobre esses aumentos. Mas quando se fala em reajuste das passagens dos ônibus, toda vez todo mundo acha de agir como advogado para dizer que tal não pode acontecer!”. – Estas declarações foram feitas pelo presidente da ONG ETEV, Luiz Carlos André, ao palestrar para operadores do transporte coletivo, na orientação de como agirem especialmente nas faixas de pedestres, para que o trânsito seja seguro para todas as pessoas (pedestres e motoristas).

A ETEV é uma ONG, com sede na cidade de Santa Rita,  que cuida de orientar todos os segmentos sociais quanto à importância da educação para o trânsito. E sua marca, caracterizada na sigla ETEV, é “educar para o trânsito, educar para a vida”.

Feijão subiu 112%

De acordo com o presidente da Ong ETEV, “Nem tinha ainda terminado o ano de 2016, computando somente até novembro, a imprensa já estampava notícia com a manchete Preço do feijão já registrou alta de 112%”. E acrescentou: “Mas uma notícia assim parece ser somente uma notícia, como que um aumento de preço deste seja normal, ou seja, não se vê nada na imprensa caracterizando reclamação e sim só o registro do fato”.

Pão francês sobe 11%

O presidente da Ong ETEV também chamou a atenção de que “Ainda era o mês de abril de 2016 quando o influente Portal G-1 estampou a manchete de que “Pão francês tem reajuste de 11% só no 1º trimestre do ano”. E continuou Luiz Carlos André: “Notem que estou me referindo ao pão francês… e não se viu qualquer reclamação de ninguém”.

Na água foi de 21,7%

Conforme as declarações do presidente da Ong ETEV, “No ano passado o aumento no preço da água, aqui no Estado, foi de 21,7%. E já saiu notícia que nestes próximos dias a Cagepa vai efetivar um novo aumento, desta feita de 12,38%”. Insistiu Luiz Carlos André: “Quais as reclamações que se tem visto ou ouvido na imprensa sobre esse aumento no preço da água? E voltamos a dizer: quando é a tarifa dos ônibus, haja reclamação!”.

Plano de saúde subiu 13,55%

“Sabemos que os planos de saúde são uma alternativa de natureza particular. Mas, com a precariedade da saúde pública, mesmo os brasileiros mais modestos buscaram ter seus particulares planos de saúde, obviamente lhes sendo bem onerosos em proporção às respectivas rendas” – enfatizou o presidente da Ong ETEV. No entanto, recentemente foi autorizado pelo governo um aumento de nada menos do que 13,55% nesses planos de saúde e – insistiu Luiz Carlos – não se viu nem se ouviu reclamações nem mesmo dos segmentos partidários que se apresentam como defensores dos trabalhadores.

Falta subsídio às tarifas dos ônibus

Para Luiz Carlos André, “o setor de transporte coletivo é muito complexo e até incompreendido pelas pessoas que pagam suas passagens, bem como pelos que têm abatimento de 50% como os estudantes e inclusive pelos que nada pagam por serem portadores do Passe Livre”. Ainda de acordo com Luiz Carlos, “Não é correto o cálculo que às vezes alguns comentaristas fazem multiplicando o valor da passagem pelo número de deslocamentos que o trabalhador comum faz no transporte coletivo durante um mês para dizer o quanto compromete de seu salário só com esse gasto. Esquecem que o trabalhador comum, o de carteira assinada, recebe o vale transporte de suas empresas e por esse vale só paga 6% de seu salário, já que a legislação obriga que o empregador banque o restante desse custo”.

O presidente da ONG ETEV concluiu suas declarações chamando a atenção de que se os prefeitos não tratarem o setor de transporte coletivo com a seriedade que esse segmento precisa ter, o que significa operar com o devido equilíbrio financeiro, as frotas vão se sucateando e o serviço cada vez mais ficando desqualificado”.