O transporte do Bessa nos anos 1980 já foi bem pior. E não ia até o Centro da cidade

Fonte: Portal Ônibus Paraibanos Matéria/Texto: Josivandro Avelar Fotos: Acervo histórico Paraíba Bus Team O Bessa é hoje um dos bairros mais valorizados de João Pessoa. Não faz muito tempo, o bairro ...

Fonte: Portal Ônibus Paraibanos
Matéria/Texto: Josivandro Avelar
Fotos: Acervo histórico Paraíba Bus Team

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O Bessa é hoje um dos bairros mais valorizados de João Pessoa. Não faz muito tempo, o bairro tinha uma infraestrutura que não era à altura do IPTU que os moradores do bairro pagam. Ruas no barro e falta de drenagem eram problemas comuns até um passado não muito distante. As coisas já melhoraram no bairro, embora ainda haja muito a ser feito, mas elas já foram piores, bem piores. Até mesmo no que diz respeito ao transporte coletivo, que em janeiro de 1984 passava bem longe de ser o que é hoje. O que você vai ler a seguir mostra como era dura a vida de quem usava o transporte coletivo do Bessa até 1989, quando foi implantada a linha 601, que veio a seguir as demais linhas que hoje atendem ao bairro regularmente.

Se atualmente o Bessa é servido por seis linhas municipais em dois terminais, além das linhas integracionais de Cabedelo, em 1984, conforme recorte de jornal de 17 de janeiro daquele ano, a coisa era mais complicada. Antes da linha 601 surgir, o bairro do Bessa era atendido por uma linha, digamos, integracional, da Viação São Judas Tadeu, que ia até o terminal do Hotel Manaíra – o das linhas 510 e 511. Os passageiros dessa “integracional” embarcavam nos ônibus dessas linhas pagando outra passagem. Ou seja, de integracional, a linha não tinha nada. Algo surreal para os dias de hoje.

O percurso da tal linha “integracional” era de menos de 5 km: o carro saía do Bessa e ia até Manaíra, no ponto final das linhas de Tambaú, onde o passageiro para pegar o segundo ônibus, tinha que desembolsar o valor de uma passagem. Sim, a “integração” do Bessa para o resto da cidade era paga, e custava a inteira. Na prática, isso representava um isolamento do Bessa com o resto da capital, que era ainda pior se levarmos em consideração que se o passageiro quisesse sair do Bessa para ir para o Rangel ou Cruz das Armas, por exemplo, teria que pagar inacreditáveis três passagens. E isso sem contar as demoras, que chegavam a 90 minutos, ou seja, uma hora e meia.

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O percurso entre o Bessa e Manaíra que saía por 50 cruzeiros da moeda da época – uma “complementação”, algo equivalente a R$ 1,80 em valores atuais, subiu 140%, fazendo com que os passageiros pagassem 120 cruzeiros, algo equivalente a R$ 4,30 em valores atuais, sendo a passagem mais cara do que a atual tarifa cobrada no sistema pessoense.

Sem contar que na época o Bessa ainda tinha um sistema de abastecimento de água precário, a ponto do bairro ser abastecido até mesmo por carro-pipa da Sudene.

O transporte do Bessa hoje

A primeira linha direta do bairro, a 601-Bessa/Roger, foi criada em janeiro de 1989 pela Setusa. Por muito tempo foi a única ligação do bairro com o Centro. Ainda no início dos anos 1990, surgiu a linha 513-Tambaú/Bessa, operada pela Transnacional. A mesma empresa assumiria a linha 601 em 1996, quando da terceirização do Setusa.

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Com a Transnacional outras linhas surgiram, como a 603, que atende o Bessa por dentro, e a 521, que ia até o Condomínio Val Paraíso, esta última operada pela Reunidas, que aglutinaria em 2008 a 513, e em 2010 a 603.

Atualmente o Bessa possui seis linhas municipais e duas intermunicipais em dois pontos finais, sendo um deles um Terminal de Integração:

  • Terminal de Integração do Bessa: 513, 601 e 603 – Integração com Cabedelo através das linhas 5103 e 5104
  • Terminal Val Paraíso: 510, 521 e 600

Hoje, ir ao Bessa é muito mais fácil do que antes e mostra a importância da integração do sistema. Se hoje, de qualquer bairro da cidade você já consegue ir ao Bessa usando as integrações física ou temporal, antes pagava duas passagens. Ou até mesmo três. Uma baldeação paga e hoje em dia inimaginável.


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