Aprendam com a Penha

Fonte: Blog Josivandro Avelar Texto: Josivandro Avelar Foto: Kristofer Oliveira (arte por Josivandro Avelar) No último sábado (9), as linhas 2307 e 3207 foram fundidas com a linha 203, sendo ...
Fonte: Blog Josivandro Avelar
Foto: Kristofer Oliveira (arte por Josivandro Avelar)
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No último sábado (9), as linhas 2307 e 3207 foram fundidas com a
linha 203, sendo encurtadas até Quadramares. Os moradores da Penha não
aceitaram a mudança e lutaram pelo seu direito. Hoje as linhas já
voltaram a circular, e daquele roteiro encurtado, surgiram outras duas
linhas.

O que seria mais uma novela no já tenso
transporte público do bairro da Penha terminou por ser uma minissérie de
seis dias. Seis dias que foram o suficiente para a população do bairro
se mexer. Era radical demais submeter um bairro a utilizar integração
temporal em seus deslocamentos, ainda mais quando ela é de meia hora.
Com o tempo que demoraria a passar um 207, quem confiaria? A sorte é que
tudo se resolveu. Afinal, sabia que essa história não ia dar mesmo
certo.

A ideia era diminuir o tempo de espera
do 203 e oferecer novas rotas para os passageiros dos arredores do
Distrito Industrial de Mangabeira. O que fazer? A velha fórmula mágica
de um par de linhas circulares. Até aí, mais uma história de mais uma
linha do Rangel que vira linha circular. Isso se essas linhas não fossem
as 2307 e 3207, da Penha, que rodavam com dois carros cada uma. Tiveram
a “genial” ideia de encurtar as linhas até o ponto final do 203,
fundindo as linhas 2307 e 3207 com esta, e submeter os passageiros da
Penha a integração temporal, uma vez que os ônibus iriam até o ponto
final de Quadramares. Como se meia hora fosse tempo suficiente para se
sair da Penha e pegar outro ônibus.


O motivo seria a demanda baixa das
linhas. Mas ela existe e bateu o pé. Não aceitou a mudança que iria
penalizá-los a esperar mais do que já esperam. Os moradores da Penha
também são cidadãos pessoenses e como tais, exigiram seus direitos. E a
mudança que iria penalizá-los não durou nem seis dias.

Desde a última quinta-feira, 14 de janeiro, as linhas 2307 e 3207
voltaram aos seus itinerários. Voltaram a ter dois carros. Voltaram a
atender a Penha. Os moradores do bairro mostraram a força que tem e
lutaram pelas linhas, mostrando que a comunidade está ativa e disposta a
lutar pelo seu direito de ir e vir.

As linhas foram desmembradas, e os cinco
carros que sobraram de cada linha passaram a rodar com os códigos 2303 e
3203, realizando o itinerário de Mangabeira VII que o 203 fazia, só que
reforçado com o itinerário do corredor da Pedro II tal como as linhas
da Penha. Sim, é mais um par de circulares rodando no Rangel. 

Quando a mudança foi divulgada e
aplicada, resolvi esperar um pouco para poder comentar a mudança, já que
querendo ou não, atinge o bairro onde moro, que é de passagem das
linhas – o Rangel fica a 3 km do Centro de João Pessoa. Não queria me
precipitar e resolvi esperar. Mas sentindo que não ia dar certo.

E de fato, não deu. As linhas da Penha
voltaram e outro circular surgiu no fim das contas. Agora temos sete
pares de circulares passando por aqui. Fora a avulsa 5204. Só nos
restaram quatro radiais, e a 203, não foi completamente extinta. Virou
um verdadeiro zumbi, rodando só de meia-noite até quatro da madrugada.
Ou seja, no tetéu. Aliás, o único que roda no Rangel e no Cristo.

Por isso que eu digo: nunca subestime a força de uma comunidade. Aprendam com a Penha.


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