Ônibus com tecnologia e “metronizado”

Fonte: Revista AutobusFoto: Arthur Moura Se hoje o Brasil se equivale ou até é superior em relação aos países do primeiro mundo na arte de produzir ônibus urbanos, o mesmo não podemos comprovar no ...
Fonte: Revista Autobus
Foto: Arthur Moura

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Se hoje o Brasil se equivale ou até é superior em relação aos países do primeiro mundo na arte de produzir ônibus urbanos, o mesmo não podemos comprovar no emprego de tecnologias e modernidade nos sistemas de transporte público das cidades brasileiras em que o modal tem presença maciça. É de conhecimento notório que a operação do ônibus tem apenas como garantia de seu equilíbrio e estabilidade a tarifa, não encontrando outra fonte de custeio que permita um salto de evolução.

Atualmente, o tema mobilidade virou moda nas rodas de debates, conversas e eventos que buscam resgatar algo que estava esquecido há muito tempo, resultando em consequências negativas no modelo de vida das médias e grandes cidades brasileiras, que por muitos e muitos anos viram no automóvel o principal símbolo de deslocamento, deixando de lado investimentos prioritários no transporte público.
O resultado dessa escolha já sabemos e tem sido desastroso. O poder público, em todas as esferas, pouco tem investido para reduzir os efeitos maléficos causados pelas emissões poluentes do transporte. O nível ruim da qualidade do ar em ambientes urbanos carregados de poluição tem promovidos estragos na saúde pública, com índices elevados de internação e de óbitos.
Empregar tecnologia avançada e limpa na tração dos ônibus e permitir sua “metronização”, forma de dar prioridade à sua operação, com vias exclusivas, acessibilidade, cobrança externa em estações, integração com outros modais e serviços, informação e comunicação, tem um custo mais elevado em relação ao modelo simplista adotado atualmente. É preciso rever conceitos e políticas que permitam esse salto de evolução. A receita tarifária também não pode ser a única fonte de custeio do transporte e a aplicação de fundos de financiamento que favoreçam o setor operacional a investir em tais modernidades torna-se essencial.
O que se quer com isso é a eficiência dos serviços, com uma ampla modificação da imagem do ônibus urbano, que sempre foi retratado como um mal necessário no desenvolvimento das cidades. Com certeza, conferir qualidade ao veículo, todos sairão ganhando. Se temos know how, resta sabermos usá-lo para alcançar sucesso.
Em tempo: enquanto terminava estas palavras, o Governo Brasileiro anunciava mais um programa de estímulo à indústria automobilística, setor de enorme poder de influência na economia do País. Portanto, você leitor, não entenda como chover no molhado todas as palavras acima que procuram incentivar o transporte público no desenvolvimento urbano.

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