Nosso transporte coletivo por ônibus

Fonte: Mais PB Texto: Mário Tourinho Foto: Thiago Martins de Souza Com o título acima referimo-nos ao transporte coletivo urbano no âmbito nacional, especialmente ao das capitais, se bem que não ...
Fonte:
Mais PB
Texto: Mário Tourinho
Foto: Thiago Martins de Souza

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Com o título acima referimo-nos ao transporte coletivo urbano no âmbito
nacional, especialmente ao das capitais, se bem que não possamos deixar de nos
reportar a algumas cidades que têm despontado como detentoras de um bom serviço
nesse setor (Uberlândia, Londrina, Santos…).

E
assim o fazemos com base no que assistimos recentemente na  cidade de
Santos/SP, dias 23, 24 e 25 de junho, participando do 20º Congresso Brasileiro
de Transporte e Trânsito, que bienalmente é promovido pela Associação Nacional
de Transporte Público (ANTP).
 
A
primeira das conclusões é a de que o setor está em crise, nacionalmente,
principalmente porque, como expresso em uma das Mesas Redondas do evento por um
de seus debatedores (Carlos Batinga – nosso ex-deputado com a experiência 
de ex-secretário nesse segmento nas cidades de Natal, Salvador e João Pessoa),
“o governo deixou de investir na infraestrutura e na capacitação profissional
do transporte público desde 1990 a 2010, só tomando providências nesse sentido
às vésperas da Copa do Mundo, por causa desta”.
 
A
segunda conclusão é a de que com o trânsito das cidades batendo recordes de
congestionamentos e sem medidas efetivas das Prefeituras para a priorização do
transporte público, os ônibus aumentaram seus tempos de viagem,
consequentemente também acresceram suas frotas e tudo isto acarreta aumento nos
custos operacionais, redundando em elevação tarifária. Como exemplo, ainda em
torno do ano 2000, João Pessoa tinha uma frota operante de 357 ônibus e
transportava cerca de 10 milhões de passageiros/mês. Atualmente com uma frota
de 470 ônibus (113 a mais), só transporta 7,1 milhões de passageiros/mês!
 
A
terceira conclusão, que é a mais grave, corresponde à da questão tarifária,porquanto
poucos governos municipais têm assumido como essencialmente necessária a adoção
da tarifa técnica como indispensável ao equilíbrio econômico-financeiro do
setor e consequentemente à exigência da prestação de um serviço satisfatório à
população. Exemplificando: a tarifa técnica de São Paulo é de R$ 4,76
embora o passageiro só pague R$ 3,50 (a diferença é subsidiada); o mesmo
acontece em Curitiba, em que o governo subsidia R$ 0,45 da tarifa técnica de R$
3,60;
cidades como Santos e Londrina, sem subsídio, a tarifa está em R$ 3,25;
já em Uberlândia, também sem subsídio, é de R$ 3,10; e em capitais como Aracaju
e Maceió, igualmente sem subsídio, as tarifas estão em R$ 2,70 e R$ 2,75,
respectivamente.

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Mas,
como o assunto exige mais esclarecimentos, proximamente voltaremos ao assunto.