Transtornos são constantes para usuários do transporte público da RMR

Fonte: JC online Fotos: Paulo Rafael Viana / JC Barboza / Divulgação Ônibus com atrasos, superlotação e insegurança, um sistema de metrô que sofre panes constantes e milhares de pessoas que dependem ...
Fonte:
JC online
Fotos: Paulo Rafael Viana / JC Barboza / Divulgação


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Ônibus
com atrasos, superlotação e insegurança, um sistema de metrô que sofre panes
constantes e milhares de pessoas que dependem do transporte público sem
mobilidade. Os passageiros têm a sensação de que a situação do transporte
público do Recife e Região Metropolitana só faz piorar. Notícias relacionadas à
péssima qualidade oferecida pelo serviço se multiplicam, desesperando aqueles
que utilizam ônibus e metrôs diariamente.

A
situação é ainda mais precária em dias de chuva, quando os terminais ficam
cheios de água e esgoto, e nos dias de jogos, ocasiões nas quais o metrô sofre
com a falta de segurança e a baderna provocada por alguns torcedores exaltados.
Os acidentes que vitimaram os estudantes universitários Camila Mirele Pires, 18
anos, e Harlynton Lima dos Santos, 20 anos, são um reflexo dessa receita
perigosa no qual se transformou transporte público e pouco se vê para melhorar
o caos instaurado.
Nos
TIs, rotina de suplício e de superlotação


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Milhares
de passageiros ainda enfrentam o suplício da superlotação, principalmente nos
principais terminais integrados da Região Metropolitana. No Barro, também na
Zona Oeste, o movimento é intenso durante os horários de pico da manhã e da
noite. No início do dia, fiscais do Grande Recife podem ser vistos controlando
a entrada de passageiros nos veículos. Eles, de fato, impedem que as pessoas
saiam penduradas nos coletivos ou que as filas para a entrada se transformem em
“vale tudo”. “Basta dar 8h que eles somem daqui. E o movimento
ainda é grande nesse horário”, relata a auxiliar de serviços gerais Lia
Natália.
No
TI da Macaxeira, na Zona Norte da capital, o mesmo esquema de fiscalização
garante embarques menos tumultuados nos ônibus. Mas as reclamações relativas é
oferta de veículos e aos horários continuam. “A gente chega a esperar 40
minutos. Dentro de um terminal isso é muito tempo. Eu não vejo a situação do
transporte público melhorar”, alerta o pedreiro Heleno de Souza, que usa o
terminal da Macaxeira para ir ao Centro do Recife.
MPPE
cobra finalização de serviços


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A
falta de conclusão do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da
Região Metropolitana do Recife é responsável por vários problemas do serviço,
como a superlotação. A avaliação é do promotor de Transporte do Ministério
Público de Pernambuco (MPPE), Humberto Granja, que vai cobrar do Grande Recife
Consórcio um cronograma de execução de terminais integrados projetado,
corredores exclusivos e sistema de monitoramento entre outras.  

“Sabemos
que os motoristas vivem sob estresse, mas isso não é justificativa para tratar
mal o usuário. Não é justo jogar a responsabilidade para os passageiros”,
declara a presidente da Federação dos Usuários de Transporte de Passageiros,
Renilda Silva.

Dia
de jogo e pânico


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O
Terminal Integrado da Rodoviária já foi palco de muitos confrontos entre
torcidas em dias de clássicos pernambucanos. Alvirrubros, rubro-negros e
tricolores brigam, com direito a troca de pedradas, causando um grande tumulto.
A Polícia Militar e o Metrorec usam spray de pimenta e balas de borracha dentro
da estação Rodoviária na tentativa de controlar os exaltados. O corre-corre
fica intenso e a demora dos trens, muitas vezes, supera os 40 minutos.
BRT
pernambucano não é BRT

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Arquiteto,
urbanista e, principalmente, o criador do sistema BRT (Bus Rapid Transit),
Jaime Lerner foi enfático ao afirmar que o BRT pernambucano, o Via Livre, não
pode ser considerado um sistema de BRT devido às lacunas deixadas no projeto.
“Um sistema que tem intervalos superiores a 10 minutos e anda em tráfego misto
não é um BRT”, disse. Lerner foi além. Criticou a opção pelas faixas
exclusivas, a insistência pelo metrô devido ao custo e a demora de implantação
e a demagogia dos gestores públicos para executar projetos que priorizem o
transporte público. “Faixa pintada não é prioridade ao transporte público. É o
começo, mas não o fim. O mais importante é a rede de transporte, não o
corredor. E mesmo assim, no Brasil se leva muito tempo para fazer uma faixa
pintada. Parece que não se quer fazer”.
Morre
estudante arremessado por ônibus no Cais de Santa Rita

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Morreu
no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Português o universitário Harlynton
Lima dos Santos, 20 anos, arremessado de um ônibus no terminal do Cais de Santa
Rita, na área central do Recife, na noite desta segunda-feira (15). O pai do
estudante de biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE),
Jocely Ferreira dos Santos, 45 anos, contou que o filho bateu na porta de
embarque do ônibus, mas o motorista não abriu. Insistindo, ele se segurou na
porta e continuou batendo, o condutor do coletivo então deu partida no veículo.
Na curva para sair do terminal, o estudante não conseguiu mais se segurar e foi
arremessado, batendo no gradeado. O condutor do coletivo da empresa Vera Cruz,
que fazia a linha Imip /Tancredo Neves, tentou fugir, mas foi seguido por uma
viatura da Polícia Militar até a garagem da empresa.
Estudante
morre após cair de ônibus na BR-101


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Uma
estudante de biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) morreu
por volta das 19h do dia 8 de maio, após cair de um ônibus na BR-101, no bairro
da Cidade Universitária, na Zona Oeste. Camila Mirele Pires da Silva, 18 anos,
viajava no coletivo da linha Barro/Macaxeira, quando a porta do ônibus se
abriu, arremessando a jovem o veículo. A universitária ainda chegou a ser
socorrida e levada para o Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, também na Zona
Oeste, mas não resistiu aos ferimentos.