120 anos sobre rodas e motorizado

Fonte: Revista AutoBusFoto: Arquivo Daimler Buses Naquele longínquo ano de 1895, poucos acreditavam que um invento teria tanta importância na vida das pessoas, em suas relações interpessoais e no ...
Fonte: Revista AutoBus
Foto: Arquivo Daimler Buses

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Naquele longínquo ano de 1895, poucos acreditavam que um invento teria tanta importância na vida das pessoas, em suas relações interpessoais e no modelo de convivência em forma de sociedade. O ônibus, meio de locomoção que exprime a realização dos deslocamentos, celebra neste 18 de março a conquista do espaço, proporcionada pela oferta de um transporte democrático, com o papel de suporte ao cotidiano humano com suas tarefas das mais variadas aplicações, seja em virtude dos compromissos habituais, como o alcance aos estudos, ao trabalho ou em outras tarefas, ou ainda no benefício do lazer.

Não importa o quão seja sua utilidade, mas 120 anos após sua criação, o que podemos entender é que o ônibus é uma peça fundamental nesse xadrez da comunidade mundial. Seja pelas ruas ou estradas, o fato é que esse modal não vive sem as pessoas, e as pessoas não sobrevivem sem sua serventia. 
O ônibus vem demonstrando sua grande capacidade de se adaptar as condições operacionais inerentes à cada região onde é usado. Desde as primeiras máquinas, rústicas por sinal, até os mais modernos veículos, esse meio de transporte sofreu uma constante transformação em seus 120 anos. Novidades como o aumento do conforto; da segurança; a introdução do piso baixo no salão; o uso de motores potentes, com baixo índice de ruídos e contaminantes; trações alternativas e a atratividade do design caracterizaram-se como elementos fundamentais na evolução do veículo. Se no início as dificuldades se revelaram como seu grande adversário – estradas mal conservadas, mau tempo e inexperiência de operação, hoje ele é integrado aos sistemas urbanos desenvolvidos para a melhoria da mobilidade urbana, compostos por vias de rolamentos exclusivas, dotadas de paradas seguras e funcionais, com informação e comunicação ao usuário e adoção de formas eletrônicas de pagamento da passagem.
Karl Benz (1844-1929) foi o pioneiro a transformar uma carruagem Landau no primeiro ônibus motorizado do mundo, conforme mostra os registros, adaptando um motor com apenas um cilindro, quatro tempos e 0.5 hp de potência, localizado na traseira, movido a gasolina. O modelo operou no transporte de passageiros e como veículo postal no percurso inaugural entre a cidade alemã de Siegen (a leste de Colônia) e as aldeias de Netphen e Deuz, distantes 15 quilômetros. 
O protótipo possuía rodas altas, de madeira, com o assento do condutor localizado na frente, dispondo apenas de uma simples cobertura e com peso de 1.200 quilos. Já os passageiros se acomodavam em seu interior, fechado, com capacidade para oito lugares. Mesmo assim seus usuários não escapavam de ter que descer do veículo e ajudar a empurrá-lo em trechos íngremes. Uma aventura para a época, mas que significou um novo processo nas viagens coletivas, tornando-as mais rápidas e designando o ônibus como instrumento de integração entre as localidades e até mesmo países. 
A expansão de uma nova realidade em transporte de pessoas ganha o mundo. No Brasil, os primeiros indícios de aparição do ônibus a motor datam de 1900, na região nordeste. Porém, pode-se dizer que naquela época, com poucos recursos em comunicação, talvez outros exemplos, em outras regiões, possam ter acontecido com o início da operação desse tipo de veículo. O primeiro serviço oficial de transporte de passageiros em ônibus em uma cidade brasileira foi em 1908, no Rio de Janeiro, abrindo as portas para que esse tipo de modal se transformasse no principal meio de deslocamento coletivo do País. 
A história revela que o ônibus converteu-se em um dos mais populares modelos de veículos automotores em todo o mundo. Se uma simples carruagem foi a precursora em seu enredo, atualmente há uma linha de modelos caracterizados com os mais modernos elementos em sua arquitetura construtiva. Sua operação virou um símbolo da cultura urbana e das ligações intermunicipais. Hoje, é difícil imaginar a evolução das cidades sem a sua presença. Cento e vinte anos depois, o legado deixado por uma ideia revolucionária permitiu reduzir distâncias e marcou definitivamente os sistemas de transporte.

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