Fabricante de ônibus afirma que dólar é saída para logística ruim do país

Fonte: Folha de São Paulo Foto: JC Barboza Diante dos agudos problemas de infraestrutura do país, somente uma desvalorização mais forte do real em relação ao dólar é capaz de salvar a indústria em ...
Fonte:
Folha de São Paulo
Foto: JC Barboza

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Diante dos agudos problemas de
infraestrutura do país, somente uma desvalorização mais forte do real em
relação ao dólar é capaz de salvar a indústria em 2015, avalia o diretor-geral
da fabricante de ônibus Marcopolo, José Rubens de La Rosa.

“Todas as dificuldades logísticas e de
infraestrutura que imputamos no custo Brasil não se resolvem em um ano. Esses custos
persistem, mas o fator cambial dá um pequeno alento para o Brasil tentar
recuperar alguns mercados”, afirma.
 
A empresa gaúcha é uma das grandes exportadoras do
país. Cerca de um terço, dos quase R$ 4 bilhões de faturamento por ano, vem das
vendas para o exterior.
 
Na avaliação de La Rosa, o real fraco,
que aumenta o poder de competição dos produtos brasileiros
externamente, também dá munição às indústrias no mercado interno, em que os
produtos importados vêm ganhando espaço.
 
O executivo acredita que, no limite, o
real mais barato em relação ao dólar pode vir a compensar medidas de aumento de
impostos e redução de desonerações. “O grande jogo será sempre a taxa de câmbio”, diz o executivo.
 
Após anos de intenso crescimento, o
comércio exterior brasileiro vive um momento de crise. É a quarta vez
consecutiva que o país inicia o ano com um déficit bilionário na balança
comercial, que mede a diferença entre importações e exportações. Em 2014, o
rombo manteve-se durante quase todo o ano e o país teve o primeiro saldo
negativo desde 2000.
 
É com esses números em mente que os
executivos brasileiros iniciaram nesta segunda-feira (9) os debates na reunião
do Conselho Empresarial dos Brics –bloco formado por Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul.
 
La Rosa é o atual presidente do órgão,
que tem caráter consultivo e reúne cinco empresários de cada país. Pelo lado
brasileiro, além da Marcopolo, participam WEG, Gerdau, Banco do Brasil e Vale.
 
O grupo tem entre suas principais metas
definir uma declaração conjunta com regras de investimento, iniciar o
mapeamento das barreiras técnicas que atualmente inibem as exportações entre os
cinco países e pressionar os chefes de Estado a iniciar a implementação do
banco de desenvolvimento dos Brics, anunciado no ano passado.
Apesar dos problemas econômicos vividos
pela Rússia, fortalecer o bloco é visto pelo Brasil como um dos caminhos para
retomar as vendas. No ano passado, o país teve superávit com os Brics.

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