Busscar diz que abre mão de parte da estrutura acionária em troca das dívidas com trabalhadores e ex-sócios

Fonte: A Notícia  Foto: JC Barboza Sete meses após conseguir reverter no Tribunal de Justiça de Santa Catarina a sua falência, a Busscar detalhou à 5ª Vara Cível de Joinville como pretende pagar ...
Fonte:
A Notícia
 
Foto: JC Barboza

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Sete meses após conseguir reverter no Tribunal de
Justiça de Santa Catarina a sua falência, a Busscar detalhou à 5ª Vara Cível de
Joinville como pretende pagar a dívida que ultrapassa R$ 1,6
bilhão
com trabalhadores, bancos, fornecedores e com os
ex-sócios Randolfo Raiter e Valdir Nielson.

Segundo o documento, protocolado pela Busscar no
dia 16 de junho e liberado nesta segunda-feira pela Justiça, a
empresa aposta em seis pontos para voltar à ativa: a reestruturação
operacional; o pagamento aos credores em condições especiais; a reorganização
da governança corporativa; a venda da Tecnofibras e outros ativos não
operacionais; a emissão de ações; e a contratação de novos financiamentos.
Com metas de produtividade para os próximos 15
anos, quando quer fabricar 5.759 ônibus, a Busscar diz precisar de R$ 105
milhões para retomar as atividades. Não se descarta a entrada de um investidor
no negócio, mas uma das exigências é que o dinheiro seja pago à vista e que a
destinação do investimento seja exclusivamente fazer caixa para capital de giro
e melhorias necessárias.
Entre as principais novidades do novo plano está o
fato de a Busscar não propor descontos nas dívidas e aceitar trocar 45% de
estrutura acionária pelos créditos de trabalhadores e dos ex-sócios. Os
funcionários foram classificados em duas categorias.
Os que têm até R$ 5,5 mil a receber, terão o
dinheiro pago em parcela única, no sétimo mês após a aprovação do plano. Os que
possuem valores superiores receberão os R$ 5,5 mil, mais 4% do valor restante
da dívida no mesmo período. O restante do crédito será convertido em ações –
15% do total da estrutura acionária da companhia.
Para Randolfo Raiter e Valdir Nielson, a intenção
da Busscar é converter os R$ 304 milhões que os dois têm a receber em 30% das
ações.
— Esta proposta justifica-se para dar
estabilidade a esta relação, onde diminui o passivo das empresas recuperandas
(…) e, consequentemente, dá por encerradas de forma definitiva e irrevogável
demandas de todas as naturezas, incluindo jurídicas, seja a pessoas jurídicas e
físicas envolvidas neste processo, em benefício dos credores — diz o
documento.
Formas de pagamento das dívidas
Aos credores classificados como categoria garantia
real – bancos e fornecedores, principalmente –, não haverá desconto na dívida e
o pagamento será feito em três diferentes momentos, começando 36 meses e
terminando 144 meses após a aprovação do plano em assembleia de credores. A
Busscar não considera juros e correção monetária das dívidas desta categoria a
partir de 27 de setembro de 2012.
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Na categoria de credores quirografários, além da
proposta de ações aos ex-sócios, a fabricante de carrocerias de ônibus oferece
carência de 48 meses para começar a pagar suas dívidas, quitando os créditos
179 meses depois da aprovação do plano.

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