TRT-PI libera 22 ônibus retidos por grevistas e pode multar o SINTETRO

Fonte: 180 Graus / Cidade Verde Fotos: Clemilton Rodrigues / Divulgação O Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região – Piauí (TRT/PI) marcou para segunda-feira (16), às 11 horas, audiência ...

Fonte: 180 Graus / Cidade Verde

Fotos: Clemilton Rodrigues / Divulgação

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O Tribunal Regional do
Trabalho da 22ª Região – Piauí (TRT/PI) marcou para segunda-feira (16), às 11
horas, audiência conciliação entre o SINTETRO (Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí) e os representantes da
empresa de ônibus interestadual Transbrasiliana Transportes e Turismo LTDA e da
Transbrasiliana Encomendas e Cargas LTDA. O SINTETRO está à frente do movimento
grevista que paralisou as atividades das duas empresas em Teresina desde o dia
9 de junho.

Os representantes das
empresas ajuizaram pedido de dissídio coletivo alegando que a greve é abusiva e
irregular, e que o sindicato mantém retido na garagem da empresa 22 ônibus,
além de impedir motoristas de outros estados de trabalharem. O presidente do TRT/PI,
desembargador Francisco Meton Marques de Lima e o procurador do Trabalho, João
Batista Machado Júnior se reuniram informalmente com os representantes das duas
categorias na manhã desta sexta-feira (13/06).
Em caráter liminar, o
presidente do TRT/PI, desembargador Francisco Meton Marques de Lima, negou os
pedidos de abusividade da greve e de liberação de 70% das linhas baseadas
(origem e destino final) na cidade de Teresina. Mas determinou a garantia do
funcionamento dos guichês de vendas localizados no Estado do Piauí; a liberação
todos os veículos que estão retidos na garagem da Transbrasiliana; a liberação
das linhas “em trânsito” (que apenas passam por Teresina para
embarque/desembarque de passageiros) como Palmas- Fortaleza (vice-versa),
Parnaíba-Brasília e Goiânia-Parnaíba (e vice-versa), bem como o direito de
embarque/desembarque de passageiros das referidas linhas. A liminar também
autorizou o livre funcionamento da Transbrasiliana Encomendas e Cargas, que
possui o ramo de atividade relacionado ao transporte de pequenas encomendas e
cargas.
A liminar determinou multa
ao SINTETRO no valor diário de R$ 5.000,00 em relação a cada ato que implique
em descumprimento da decisão.

Entenda o caso
Os trabalhadores da empresa
Transbrasiliana cruzaram os braços nesta segunda-feira (9). Eles reclamam que
estão com os salários atrasados há dias e reivindicam outras melhorias para a
classe.

O presidente do Sindicato
dos Trabalhadores de Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), Francisco
das Chagas Oliveira, disse que a paralisação tem a adesão de cerca de oitenta
trabalhadores. “Todos estão de greve. Há muito tempo a empresa está atrasando o
salário por vários dias, o pagamento do tíquete, afastam trabalhadores sem dar
satisfação, além de terem cortado o plano de saúde”, reclama.

 

Chagas acrescenta que a
situação já foi informada ao Ministério Público e ao Ministério Público do
Trabalho, mas até o momento nenhuma providência foi tomada.
Transbrasiliana denuncia
Sintetro por depredação a ônibus

O gerente da empresa Transbrasiliana denuncia que o
Sindicato dos Rodoviários é responsável pela depredação de um dos ônibus e de
uma das viaturas de gerência da empresa. Motoristas e Cobradores da
Transbrasliana estão em greve há seis dias, mas negam qualquer ato de
vandalismo.

“Eles rasgaram os pneus e atiraram pedra no
para-brisa. Eles negam a ação porque a gente não tem como provar quem foi que
fez isso. Não estamos responsabilizando as pessoas, mas sim o sindicato”,
explicou o gerente da empresa, Anísio Marinho.

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O presidente do Sintetro, Francisco das Chagas,
garantiu ao Cidadeverde.com que em nenhum momento os integrantes do sindicato
praticaram os atos do tipo. Ele explicou ainda que a greve tem como principal
reivindicação a readmissão de sete motoristas e o pagamento de horas extras e
salários em atraso.

“A empresa está descumprindo a convenção
coletiva do trabalho. Sempre atrasam os salários, suspenderam nosso plano de
saúde, atrasam os tíquetes alimentação, não pagam horas extras e não cumprem as
férias. Além disso, ficamos surpresos com a demissão dos nossos sete
colegas”, pontuou Francisco das Chagas.

O gerente da empresa negou as informações e
garantiu que apenas três motoristas foram demitidos. “E foi por justa
causa. Os outros quatro estavam apenas sem escala, mas já foram incorporados
novamente. Demissões acontecem. A empresa não é obrigada a continuar com
funcionários que não se adequam ao que precisamos”, argumenta o Anísio.

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O gestor também esclareceu ao Cidadeverde.com que
não está havendo atraso nos salários dos funcionários. “Houve no passado,
mas já está tudo pago. Estamos pagando horas extras regularmente e, inclusive,
mais do que eles realmente trabalham”, completou Anísio.

Uma mesa de negociação entre a empresa e os
funcionários está marcada para esta segunda-feira (16), no Tribunal Regional do
Trabalho.