Ônibus anfíbio de turismo começa a receber passageiros no Rio

Fonte: EBC Matéria / Texto: Vinícius Lisboa Fotos: Tânia Rego As árvores do Aterro do Flamengo e as águas da Baía de Guanabara podem ser vistas em um único passeio partir de hoje (1º), e só quem ...

Fonte:
EBC

Matéria
/ Texto: Vinícius Lisboa

Fotos: Tânia Rego

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árvores do Aterro do Flamengo e as águas da Baía de Guanabara podem ser vistas
em um único passeio partir de hoje (1º), e só quem precisará trocar de assento
é o motorista, que cede lugar ao marinheiro quando o ônibus anfíbio Duck
Copacabana desce a rampa da Marina da Glória e entra no mar. Projeto de
empresários brasileiros, o veículo é o primeiro do Brasil a percorrer água e
asfalto em um trajeto turístico.

“Tivemos a ideia quando fizemos o passeio em Boston. Conversando, até
pensamos em comprar um lá fora, mas achamos melhor fazer aqui mesmo. Somos
engenheiros”, conta Ilídio Soares, um dos sócios da Duck Tour Brasil.
“Isso há cinco anos. Começou como uma brincadeira, para a gente mesmo
andar.”
O
passeio custa R$ 100 por pessoa e dura uma hora e meia. O valor supera os R$ 55
dos Trens do Corcovado, e os R$ 62 do Bondinho do Pão de Açúcar. Cariocas com
comprovante de residência, crianças de até 10 anos e idosos pagam meia. Como o
ônibus só tem 28 lugares, a empresa recomenda que os interessados cheguem antes
da hora do passeio. O primeiro horário do dia é às 10h, e, o último, às 17h.

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O
percurso começa no bairro da Urca, bem em frente à Estação do Bondinho. De lá,
o ônibus de 3,70 metros de altura contorna a Enseada de Botafogo e entra no
Aterro do Flamengo, passando apenas 20 centímetros abaixo das passarelas do
parque. Pelas janelas, passam algumas das paisagens mais características da
cidade, como o Cristo Redentor, o vai e vem dos teleféricos entre o Morro da
Urca e o Pão de Açúcar e o paisagismo de Burle Marx. Quando passa para o mar, o
veículo sai da Marina da Glória e faz uma volta que mostra, além das montanhas
do Rio, a orla de Niterói ao longe, os aviões que pousam e decolam no Aeroporto
Santos Dumont e a Praia do Flamengo.
O
ônibus não tem ar-condicionado, e Ilídio defende a opção afirmando que as
janelas garantem a brisa e colocam o passageiro em contato com a paisagem:
“Faz parte da aventura”. Na primeira parte da viagem, por terra, a
velocidade pode passar dos 60 quilômetros por hora, mas, na segunda, o ônibus
passeia a 3,5 nós, o que equivale a cerca de seis quilômetros por hora. 

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“A
ideia é que as pessoas possam fotografar e contemplar bastante”, diz Paulo
Vasconcellos, que também é sócio da empresa. Na descida e na subida pela
rampa, a transição é suave, e a sensação é a de uma ladeira comum. 
Para
oferecer o serviço, os empresários tiveram que registrar o veículo no
Departamento de Trânsito (Detran) e na Capitania dos Portos. A autorização para
navegar levou oito meses para ficar pronta: “Eles exigiram muito porque é
um veículo novo e quiseram ter certeza. Testaram de todas as formas e
inclinações”, diz Ilídio Soares.

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O
empresário explica porque considera o Duck Copacabana seguro: “Compramos
um chassi de ônibus, transformamos com tração nas quatro rodas para ter mais
capacidade de subir rampas, e, a partir daí desenvolvemos novas técnicas. Ele é
todo seccionado e tem quatro compartimentos estanques. Se der algum furo, ele é
bem seguro. Os compartimentos estanques têm isopor naval. Se furar, não enche
de água. Continua com uma flutuabilidade muito grande”. O grupo pensa em
expandir o serviço em números de ônibus e já trabalha no desenvolvimento de um
carro de passeio com as mesmas capacidades.
Com
toda a família, Patrícia Schimitt elogiou o investimento depois de participar
de um passeio experimental nessa sexta-feira (31): “É uma vista
privilegiada e não habitual até para o carioca. A cidade está precisando de
mais atrações diferentes. Vêm a Copa do Mundo e as Olimpíadas e a gente tem que
caprichar, porque vamos viver disso.”

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Durante
seu passeio de bicicleta pela Urca, Graça Mendes, de 58 anos, dona de um bar na
Lapa, já tentava se informar para fazer o passeio: “Esse é o sonho de todo
mundo que é da minha época e via o James Bond entrar na água com aqueles
carros”.