Conhecendo as linhas: 115 Distrito / Antarctica

Fonte: Portal Ônibus Paraibanos Matéria / Texto: Kristofer Oliveira Fotos: Acervo Paraíba Bus Team Quem viu o surgimento dela e a sua atuação ao longo das décadas jamais imaginaria que ela se tornaria ...

Fonte:
Portal Ônibus Paraibanos

Matéria
/ Texto: Kristofer Oliveira

Fotos: Acervo Paraíba Bus Team
unnamed+(10)Quem
viu o surgimento dela e a sua atuação ao longo das décadas jamais imaginaria
que ela se tornaria em uma linha como se encontra atualmente. Continua com sua
importância, lógico, mas está longe de ser uma das principais da cidade, como
foi por muito tempo. Já está na sua quinta empresa, foi o carro-chefe da Etur e
e do Corredor 1 (Cruz das Armas) por muito tempo, operou no sistema opcional e
foi a primeira e única linha radial da Transnacional neste corredor. Nesta
matéria contaremos um pouco da saga da 115, ou, a linha do Distrito. 


Surgimento
da linha
O
principal responsável pelo surgimento da linha não foi a demanda habitacional,
como é de praxe. Mas sim servir de transporte para trabalhadores fabris.
No
fim dos anos 50 foi criado a Sudene, que tinha por objetivo alavancar o
desenvolvimento econômico da região Nordeste através da implantação de novas
fábricas/indústrias. Para isso foi dado uma série de incentivos fiscais para
atrair empresários do centro-sul que tinham interesse de abrir filiais. Na
Paraíba o local do parque industrial escolhido foi justamente na zona sul. A
região plana e bem localizada facilitaria a escoação da produção para o
interior do estado, o porto e Pernambuco. E nos anos 60 e 70 o parque fabril
operou em boa quantidade, sediando diversos segmentos industriais e gerando uma
quantidade significativa de empregos.

Possivelmente a Auto Viação Dutra operou nesta região, uma vez que em acervos
antigos encontramos um carro dessa empresa com destino a Marés, que é uma das
barragens da Cagepa que abastece João Pessoa, situada no Jardim Veneza, bairro
vizinho ao Distrito Industrial. Talvez, ainda nos anos 60, a linha tenha sido
operada por transporte particular, o que era muito comum na época. Quem sabe um
desse suposto particular teve carro agregado à Etur.
Carro+3
Auto Viação Dutra
O
certo é que no início dos anos 70 a Etur já estava operando a linha do
Distrito. Como o seu trajeto transcorria toda Av Cruz das Armas, se tornou na
principal linha do corredor, além de uma das principais da cidade, tendo o
mesmo peso das futuras 507 e 510.
Tempos
na Etur
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Durante
os anos 70 e parte dos 80, além de ser uma das principais da cidade, foi o
carro-chefe da Etur. Era porta de entrada dos carros novos que entravam na
empresa. Além disso, foi a única da Etur a operar o sistema opcional, tanto na
metade dos anos 70 e na sua reimplantação no início dos anos 80. Os Caio
Gabriela, Bela Vista, Metropolitana Ipanema comporão a frota em boa parte dos
anos 70. Na década seguinte esteve presente os Caio Amélia, Vitória, Monobloco
O-362, 364 e o O-371.

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Nos anos 80 é criada uma nova linha para operar no Distrito. A distinção era
que essa nova vinha indicando uma placa no para-brisa “Toália”, que nos anos 90
passou a constar no itinerário como o nome oficial da linha. Simultaneamente, a
115 passou normalmente a constar como “Antárctica”. Ela recebeu o código 103,
enquanto que a primeira do Distrito recebeu o número 115.

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A partir da criação da 103, a 115 começou a perder a sua força, pois no início
dos anos 90 a primeira já constava com uma frota de seis veículos, contra cinco
da segunda. Com o crescimento das linha 101, 102, 104 e 105, a 115 foi perdendo
espaço e força, pois já não tinha a mesma hegemonia de outrora. Se perdeu em
tamanho, não perdeu na qualidade da frota, pois até os últimos momentos da Etur
operava com os Vitória de motorização traseira, que eram um dos melhores da
empresa.

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A 115 ficou na Etur até o fim da empresa, em 1994.

Curto
período na Transnacional

No fim da Etur, as linhas foram divididas com duas novas empresas que surgiram
na ocasião: Boa Viagem e Reunidas. A 115 foi a única que não ficou nas duas,
seguindo o destino menos improvável: A Transnacional.

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Entre
1994 e 1996 a Transnacional operou a sua única linha radial até hoje no
corredor 1, na qual tinha apenas a circular 1510 operando desde 1991. Foi
mantida a frota com cinco veículos, composta por sua ampla maioria com os
Torino 1989 OF-1318 que tinham três portas.

Ainda chegou a operar simultaneamente no corredor 1 junto com as linhas 1510,
1500 e 5100 em 1996, sendo esta a maior quantidade de linhas operada pela
Transnacional no local.
Curto
tempo na Transurb e atualmente na São Jorge

Na Transurb a 115 teve vida curta, entre 1996 e início de 1998. A frota operada
na linha foi a mais velha da empresa, dentre eles o Amélia. A partir daí a
linha já tinha confirmado o seu papel “secundário” no corredor 1. Outro fator
que também somou para a situação foi a diminuição da demanda da linha pois duas
questões: Fechamento de fábricas e o crescimento do transporte de fretamento de
trabalhadores.
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A partir de 1998, a Transurb foi vendida para o Grupo A Cândido que fundou a
São Jorge. A 115 foi uma das linhas que operou inicialmente na nova empresa.

A
frota operada era composta por Torino GV e Vitória, rodando eventualmente
outros veículos da frota.

Em 2000, com a introdução dos micro-ônibus na frota da empresa, e
consequentemente, com a dupla-jornada do operador, a linha foi uma das que
aderiu a novidade. Passou a ser comum na linha Senior 2000 e o Micruss, operado
junto com veículos maiores. Posteriormente apareceu o Thunder +.
 
A partir de 2003 com a aquisição de Apache Vip OF-1417, a 115 passou a ser
operado no regime da dupla-função. Como comportava uma quantidade maior de
passageiros, as reclamações por superlotação diminuíram.
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Ao decorrer da década, a linha continuou a ser operada por convencional
encurtado mesclado com micro e ocasionalmente por midibus. No fim dos anos 2000
os micros foram restritos nas linhas integracionais e bacurais.

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Atualmente a frota da 115 não tem uma frota fixa, com exceção do Torino 2007
0214, que foi remanejado da 110 neste ano, e é o único com elevador para
cadeirantes  que opera na linha. A operação ainda é feito com cinco
veículos, com sua maioria composta por Torino 2007, rodando ocasionalmente
Apache Vip, ambos sem cobrador, ou, algum outro carro da frota da empresa que
tenha cobrador. Nos primeiros horários é normal rodar algum carro da 104. 

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