Transporte público para uma vida melhor

Fonte: Transpo online Texto:  Iêda Maria Alves de Oliveira, gerente da Eletra Fotos: JC Barboza As recentes manifestações nas principais cidades brasileiras reacenderam a discussão sobre os ...
Fonte: Transpo online
Texto: 
Iêda Maria Alves de Oliveira, gerente da Eletra
Fotos: JC Barboza
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As
recentes manifestações nas principais cidades brasileiras reacenderam a
discussão sobre os modelos de transporte público dos municípios do país. Parece
ser consensual entre as autoridades públicas de que é preciso um olhar mais
atento para o transporte público, principalmente nos grandes municípios do
país. Hoje, podemos avançar o debate sobre as diversas opções que temos pela
frente como metrô, monotrilho, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e BRT (Bus
Rapid Transit
 – sistema de
ônibus rápido). 

Um
levantamento da rede C40 (Grupo Cidades Líderes pelo Clima) e da Fundação
Clinton mostra a possibilidade de cada um dessas opções de transporte. O Metrô,
por exemplo, atende a uma demanda de 30 mil a 80 mil passageiros por hora e tem
como vantagens desenvolver altas velocidades, e usar relativamente pouco espaço
público, além de baixas emissões de poluentes. Por outro lado, seus custos em
infraestrutura são muito altos, atingido de US$ 100 a US$ 350 milhões por
quilômetro e longos períodos de desenvolvimento e construção.

O
Monotrilho chega como uma nova experiência na área de transporte. Ainda temos
poucos exemplos urbanos, mas sua capacidade de transporte varia de 10 mil a 30
mil passageiros por hora. O modal tem entre as suas vantagens a baixa
intervenção no trânsito e apresenta alta velocidade operacional, além de ser
silencioso e não poluente. Entre as desvantagens, seus custos para implantação
em infraestrutura variam de US$ 50 milhões a US$ 150 milhões por quilômetro,
tem alto custo operacional e alto impacto urbanístico. Outro ponto negativo
envolve a segurança. O modal apresenta dificuldade para retirar as pessoas do
vagão em caso de falha numa parada fora da estação, uma vez que o trilho está a
cerca de dez metros de altura.

O
VLT apresenta poucas emissões, pode se ajustar a ruas estreitas e atende a uma
demanda média que varia de cinco mil a 12 mil passageiros. No entanto, seu
custo de infraestrutura é alto – entre US$ 50 milhões a US$ 129 milhões –, bem
como seus custos operacionais, o que faz dele uma opção que ainda necessita de
subsídios.

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O
BRT desponta como uma nova opção para vários municípios brasileiros. Ele atende
desde demandas médias até altas de passageiros, com capacidade que variam de
três mil a 45 mil passageiros por hora. Ele também necessita de baixos
subsídios operacionais, tem boa média de velocidade (entre 20km/h a 40km/h) e
serve de integração para outros modais. A infraestrutura para o BRT tem um dos
custos mais baixos, com investimentos que variam de US$ 0,5 milhões a US$ 15
milhões/km. Entre as desvantagens, eles provocam mais barulho e poluição do que
os outros modais. Claro que soluções com veículos elétricos poderiam trazer
tecnologia de baixa emissão ou mesmo emissão zero e níveis muito baixo de
ruído. Um bom exemplo é o sistema trólebus que tem emissão zero e requer um
investimento de US$ 1,1 milhão/km em infraestrutura de rede e subestações
elétrica.

Os
municípios brasileiros precisam estar atentos às mudanças reivindicadas nas
ruas e procurar soluções. O desafio é incentivar a troca do carro pelo
transporte público, garantindo a todos os cidadãos melhoria na qualidade de
vida.

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