Ônibus retrô vira alvo de ‘tietagem’ nas estradas de São Paulo

Fonte: Folha de São Paulo Matéria / Texto: Claúdia Collucci Fotos: JC Barboza Na rodoviária, na estrada e nas paradas nas pequenas cidades, a cena é a mesma. As pessoas se aglomeram e tiram fotos. ...

Fonte: Folha de São Paulo
Matéria / Texto: Claúdia Collucci
Fotos: JC Barboza

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Na
rodoviária, na estrada e nas paradas nas pequenas cidades, a cena é a mesma. As
pessoas se aglomeram e tiram fotos. Muitas. A tietagem é tanta que a viagem
chega a atrasar meia hora. A estrela em questão é um ônibus restaurado da
Viação Cometa, o Flecha Azul, um clássico das estradas. Em comemoração aos 65
anos, a empresa restaurou o último modelo, produzido de 1983 a 1999, e fará 65
viagens pelo Brasil até outubro. Antes disso, outros modelos, como o Papo
Amarelo, Flecha de Prata e Jumbo, fizeram sucesso. 

Na
última quinta, a Folha viajou de São Paulo à Franca à bordo
do Flecha Azul.
No
trajeto de pouco mais de 400 km, o ônibus foi parado quatro vezes por policiais
rodoviários. Não era blitz, nem excesso de velocidade.
“Os
guardas param para tirar fotos do ônibus, fotos deles com ônibus ao fundo e
fotos deles com o motorista, é claro. É uma festa sempre”, conta o
motorista Marco Ernesto, 11 anos na Cometa.
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Seu
traje também remete a um passado glorioso do transporte de passageiros, quando
os motoristas dirigiam com camisas alinhadas, gravata, quepe e óculos escuros
grandes, uma das marcas dos motoristas da Cometa.
Segundo
Ernesto, desde que as viagens comemorativas começaram, em agosto, os
“busólogos” (aficcionados por ônibus) e nostálgicos estão fazendo
vários trajetos. “Dias desses, era tanta gente que praticamente fecharam a
rodovia de Belo Horizonte.”
No
ônibus, havia passageiros de todos os tipos. Os que viajavam somente por causa
do ônibus, como o piloto Murilo Cerqueira Ambrósio, 22, não perdiam um só
detalhe. Fotografaram o motor, as lanternas e a lataria do veículo.
“Passei
vários anos da minha infância nos ônibus da Cometa, fazendo o trajeto São
Paulo-Franca-São Paulo porque meu pai trabalhava em São Paulo. Lembro do banco
de couro vermelho, parecia uma cama”, diz Ambrósio.
O
couro legítimo, no entanto, que era usado nos modelos antigos, foi trocado pelo
sintético no ônibus retrô. Também foram incorporados vidros fechados, lanternas
LED, ar-condicionado e wi-fi.
Outros
passageiros estavam em seus deslocamentos normais e se surpreenderam com a
viagem comemorativa. O aposentado Masame Tiausa, 76, foi um deles. “Não
sabia, foi uma surpresa bacana. Lembrei de quando era adolescente. Morava em
Taubaté, gostava de ver os ônibus azuis da Cometa cruzarem a via Dutra.”


Mesmo preço
Os
preços das passagens são os mesmos cobrados normalmente pela empresa para rotas
previstas. A lista de roteiros disponíveis está na internet:
www.cometa65anos.com.br.

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