Marcopolo/Superpolo Paradiso G7 LD 1600 com chassi Volvo…???

Fonte: Mobilidade em Foco Matéria/Texto: Carlos Alberto Ribeiro Foto: Divulgação A Marcopolo e sua empresa coligada na Colômbia, Superpolo, é exemplo de parceria de sucesso, de uma “joint-venture” ...
Fonte:
Mobilidade em Foco
Matéria/Texto:
Carlos Alberto Ribeiro
Foto: Divulgação

superpolo

A Marcopolo e sua empresa coligada na Colômbia, Superpolo, é exemplo de
parceria de sucesso, de uma “joint-venture” cuja sinergia alavancou as vendas
de uma e outra, culminando em um objetivo comum amplamente satisfatório às suas
diretorias e acionistas. O “carro chefe” das vendas no mercado local tem sido
os ônibus urbanos, com fornecimentos expressivos de seguidos lotes para as
operadoras locais. A parceria começou no ano 2000 e transformou o Grupo Fanalca,
acionistas da Superpolo, os líderes em vendas na Colômbia de ônibus dos modelos
urbanos, micro-ônibus e rodoviários.

São várias as empresas brasileiras presentes na Colômbia. Entre elas, a Vale,
Votorantim, Gerdau, Odebrecht, Marcopolo, Grupo EBX (OGX, MPX e AUX), OI,
Stefanini, Datasul, Gol e Tigre. País de democracia crescente, que respeita as
regras de mercado e dá garantias que respeitam os investimentos lá feitos, o
que não vem ocorrendo na Bolívia, Peru, Equador e Venezuela. A manutenção, por
parte do governo, do não cerceamento a governança corporativa de multinacionais
que lá se estabeleceram, tem se traduzido em ganhos para todos, gerando
empregos, renda, consumo, impostos e tributos.


Para a Marcopolo/Superpolo não tem sido diferente, o portfólio completo de
carrocerias pra ônibus transformou a fábrica situada em Bogotá, capital
colombiana, numa das principais fornecedoras de ônibus urbanos, articulados e
biarticulados para o Projeto Transmilênio, sistema de BRT (Bus Rapid Transit).
Nos corredores segregados para o transporte coletivo de passageiros em Bogotá,
60% dos ônibus que ali circulam foram fabricados pela Superpolo. Mas os
objetivos são mais amplos, entre eles, tornar a planta industrial local como
plataforma de produção para exportação para o Equador, Venezuela, Peru e países
da América Central.
A
Superpolo fabrica os seguintes modelos de ônibus:

1) Intermunicipales: Paradiso 1200 G6; Paradiso 1200 G7; Audace; Ideale 770;
Senior; Microsenior.

2) Urbanos: Ideale 660; Senior Urbano; Microsenior Urbano.

3) Escolares y Especiales: Ideale 770 Escolar; Ideale 660 Escolar; Senior
Escolar; Unidad Movil Paradiso G6; Cai Movil Senior.

Feita a devida apresentação da fabricante Superpolo e dos modelos de ônibus por
ela fabricados na Colômbia, vamos ao ônibus que é o motivo da matéria. Trata-se
de um Marcopolo Paradiso LD (Low Driver) 1600 G7. Portanto, com ano de
fabricação de 2011 a 2013. Detalhe: este ônibus não consta no portfólio de
carrocerias fabricadas pela Superpolo. Suas janelas são basculantes (abrem).
Característica que não se encontra em nenhum Paradiso LD 1600 no Brasil, pois
todos têm janelas com vidros colados. Outro detalhe nele chama atenção. Para
isso basta olhar a saída do escapamento situado logo atrás do eixo dianteiro, do
lado do motorista. E o que isso quer dizer? Simples, este ônibus tem motor
dianteiro. Fato inédito no mundo, pelo menos nas Américas do Sul e Central. Uma
carroceria pesada, dois andares (LD), com motor dianteiro.

Geralmente esse tipo de carroceria é montada sobre chassi com motor traseiro.
Informações sobre ele dias atrás numa fanpage do Facebook dava como certo que o
seu chassi seria da Volvo, modelo F230. Será? Vamos aos fatos. O atual catálogo
de chassis da Volvo, chassis com motor dianteiro, não possui o modelo F230. E
todos os chassis “F” são fabricados para encarroçamento de ônibus urbano. O
Paradiso LD 1600 G7 da foto é um modelo rodoviário. Outra ressalva. O menor
chassi fabricado pela Volvo do Brasil, B270F, tem configuração 4 x 2 (toco),
não é trucado. Até pode receber carrocerias para fretamento, mas carrocerias de
médio porte, com PBT (peso bruto total) de 17.000 quilos.

O Paradiso LD 1600 exige chassi com PBT de 24.750 a 29.250 quilos. Muito acima
da capacidade técnica do chassi Volvo B270F. A Volvo dispõe de outro chassi com
motor dianteiro e aplicação urbana, o B290R Urbano. A potência do motor passa
de 270 pra 290 cv e o PBT é aumentado em 2.500 quilos, passando para 19.500
quilos. Tecnicamente, a principio, nenhum deles estaria debaixo da carroceria
do ônibus da foto. A Scania e a Mercedes também não tem nenhum produto com
característica técnica que suporte este veículo. Será então, um B270F ou um
B290R, comprado com configuração 4 x 2 e mandado trucar em oficina
independente? Será que fizeram outras alterações como instalação de compressor
de ar mais potente, redimensionamento do sistema de freios, reforço na
suspensão, alongamento correto do chassi e reforço estrutural nas longarinas? E
mais, redimensionaram o sistema de refrigeração e o conjunto de transmissão
para evitar superaquecimento do motor e a quebra do “powertrain” por
subdimensionamento? Chamem os universitários.

Obs: se o chassi desse carro tiver motor dianteiro, cadê a entrada de ar na
parte dianteira para ajudar na refrigeração do motor e radiador? Percebe-se que
não existem venezianas abaixo do parabrisa.

Existe uma pequena entrada de ar em cima da caixa da roda dianteira, logo atrás
da janela do motorista.

Seria este chassi um B10M (motor central, atrás do eixo dianteiro) reencarroçado?


Mesmo o B10M tinha entradas de ar na frente. O ônibus da foto não tem. E se for
o B10M, a saída do escapamento deveria estar situada mais próxima ao eixo de
tração e não aonde está.

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