Ônibus articulado

Fonte: Naganuma Fotos: Adriano Minervino Na maioria das cidades brasileiras predominam, no transporte coletivo urbano, os ônibus comuns de até 70 lugares variando no seu comprimento até ...
Fonte: Naganuma

Fotos: Adriano Minervino

Na
maioria das cidades brasileiras predominam, no transporte coletivo urbano, os
ônibus comuns de até 70 lugares variando no seu comprimento até 9,60m. Poucos
são utilizados os veículos articulados ou até mesmo bi articulados.

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Algumas
observações podem ser feitas com relação à utilização dos veículos articulados.
Os articulados representam uma importante economia de combustível em relação ao
ônibus comum levando em consideração o critério adotado para aferição;
“quantidade de passageiros/quilômetros transportados com um litro de
combustível”.

Em
Curitiba-PR foram feitos testes nesse sentido que revelaram que trafegando no
período de seu horário de funcionamento, o ônibus articulado consumiu 200
(duzentos) litros no seu dia de trabalho e que para transportar o mesmo número
de passageiros seriam necessários 2 (dois) ônibus comuns que consumiriam 320
(trezentos e vinte) litros de combustível no mesmo horário e percurso.
Outra
vantagem do ônibus articulado é que ele transporta aproximadamente 180 (cento e
oitenta) passageiros contra cerca de 70 (setenta) do ônibus comum sem contar
que o preço de aquisição é o dobro do preço do carro comum, sendo o
investimento inicial pela capacidade de passageiro praticamente igual nas duas
modalidades de veículos sem levar em consideração a economia de combustível.
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Ainda
tem outra vantagem nos articulados que é a vida útil. Bem mais longa que os
comuns, pois ele é construído sobre chassis rodoviário, suspensão um pouco mais
reforçada por causa do comprimento e quantidade de passageiros ainda que
trafegue preferencialmente em corredores e vias arteriais sem contar que ele já
vem com transmissão automática, uma vantagem para sua longevidade uma vez que
esse tipo de transmissão evita muitos esforços desnecessários à sua estrutura e
componentes mecânicos e o benefício do conforto ao usuário, uma vez que elimina
os tradicionais “trancos” no passar das marchas do câmbio manual.

O
custo de operação é bem menor que o dos dois carros comuns, pois de cara o
articulado elimina manutenção de dois conjuntos de embreagem que tem a vida
útil de aproximadamente 50.000 quilômetros em condições de uso normal.
Nos
estudos feitos em Curitiba-PR, foi observado também que o ônibus articulado
opera bem em ruas estreitas e não apresentaram dificuldades nas curvas de 90º
em raios de 15m.
Os
veículos estudados tinham a capacidade de operar à velocidade máxima de 80km/h,
velocidade essa bem compatível para o perímetro urbano. Observações feitas em
corredores em Curitiba-PR, conseguiu-se a média de 24km/h, incluindo paradas no
centro e 40km/h na periferia. Uma excelente média para o transporte coletivo
urbano.
Esse
estudo identificou também que a largura das portas interfere e muito no
desempenho dos coletivos, pois os articulados são dotados de três amplas
portas, com degraus largos o que possibilita maior rapidez no embarque e
desembarque de passageiros.
Na
Europa há uma tendência a substituir os ônibus comuns pelos articulados mesmo
nas cidades com menos de 200 mil habitantes tamanhas a vantagem obtida nesse
tipo de veículo.
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No
Brasil somente algumas grandes capitais adotam essa modalidade de veículos. Em
São Paulo-SP, as linhas de grande percurso operadas por corredores ou não,
possuem, na sua maioria, os articulados e bi articulados dotados de transmissão
automática e ar refrigerado. A sua operação torna-se cada vez mais difícil uma
vez que os corredores são de pista única eliminando a possibilidade de
ultrapassagens e inevitavelmente formando comboios enormes reduzindo, assim, a
velocidade média com consequente aumento do tempo de viagem. Problema não
enfrentado na cidade de Bogotá na Colômbia, pois lá os corredores são de pista
dupla.

Com
todas as vantagens expostas, não podemos simplesmente sugerir que se faça a
troca de 2,5 ônibus comum por um articulado. Como já descrevi anteriormente, as
linhas de baixa frequência com ônibus comuns precisariam, necessariamente,
passar por um pequeno terminal onde estaria operando uma linha tronco com os
ônibus articulados e sistema de integração para não onerar o usuário e diminuir
o tempo de viagem.

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