Após três anos desde a inauguração, Rodoshopping ainda não entrou em funcionamento na BR-230

Fonte: Jornal da Paraíba  Foto: Divulgação Desde 2010 comerciantes dos municípios de Gurinhém e Caldas Brandão, no Agreste da Paraíba, aguardam o funcionamento do Rodoshopping Paraíba, localizado ...

Fonte: Jornal da Paraíba 
Foto: Divulgação

rodoshoppingDesde
2010 comerciantes dos municípios de Gurinhém e Caldas Brandão, no Agreste da
Paraíba, aguardam o funcionamento do Rodoshopping Paraíba, localizado na
BR-230, no quilômetro (KM) 85. Mesmo depois da inauguração, o equipamento não
foi aberto ao público e, depois de três anos, já apresenta deterioração pela
ação do tempo e também dos vândalos. Conforme o Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae), contratado para colocar o Rodoshopping em
funcionamento, foram necessários mais estudos para a execução do projeto, que
será aberto a partir de novembro deste ano. 

No
distrito de Cajá, pertencente ao município de Caldas Brandão, cerca de 20
comerciantes estão distribuídos na BR-230 há muitos anos. Alguns começaram
apenas com pequenas barracas, que foram transformadas em mercadinhos e
lanchonetes, fazendo com que seus proprietários crescessem e ficassem
reconhecidos por uma clientela fixa.
Para
os viajantes, o local, que na verdade se tornou uma ‘praça de alimentação’, é
estratégico e, por isso, se tornou ponto de referência e até parada obrigatória
de muitas pessoas.
“Já
faz muitos anos que eu paro aqui para comer, descansar um pouco e isso se
tornou um costume. É um local estratégico, mas arriscado, porque já houve
alguns acidentes e acredito que pela questão da segurança, não é muito bom”,
disse o motorista Gilson Diniz.
Segundo
o comerciante Gilson Oliveira, que trabalha com sua mãe vendendo lanches, o
funcionamento do Rodoshopping traria mais oportunidade de lucros. “O ponto que
trabalhamos é realmente muito conhecido, e por isso, muita gente para aqui. Têm
dias que é tanta gente querendo estacionar que não encontram mais vagas e esse
pessoal acaba indo embora”, contou o vendedor.

O equipamento que foi inaugurado em 2010 pelo então governador José Maranhão
não abriu suas “portas” até hoje e já no governo Ricardo Coutinho foi realizado
um contrato com o Sebrae, em novembro do ano passado, para que o Serviço
pudesse dar encaminhamento ao funcionamento do local.
Para
construir o equipamento, foram disponibilizados R$ 6,1 milhões, mas hoje o
local apresenta algumas falhas, consequentes da ação de vândalos e do tempo,
como calçamento danificado, fiação elétrica exposta, lâmpadas penduradas e sem
condições de funcionamento, além de infiltrações nas paredes e teto do prédio.
Com
o contrato estabelecido entre o governo do Estado e Sebrae, a expectativa era
de que o Rodoshopping pudesse funcionar em até 180 dias.
Contudo,
e segundo o gerente da agência do Sebrae em João Pessoa, Edilson Azevedo, em
função da importância do equipamento e para o seu pleno funcionamento, se fez
necessário um estudo mais detalhado na busca de um modelo sustentável para sua
implantação, o que acabou estendendo o prazo anterior, para concretização e
funcionamento do local, até o final de novembro deste ano.
De
acordo com a assessoria jurídica da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento
Econômico, um convênio será fechado com a Superintendência de Obras do Plano de
Desenvolvimento do Estado (Suplan) para esses consertos. A Suplan ainda está
fazendo um levantamento dos custos e elaborando um plano de trabalho para os
reparos de instalação hidráulica, elétrica, além da pintura e gesso do
ambiente.
EMPREENDIMENTO
VAI AQUECER ECONOMIA NA REGIÃO DA BR

O
gerente do Sebrae Edilson Azevedo explicou que o empreendimento alavancará a
economia local e regional, pois estará proporcionando novas oportunidades de
geração de renda e emprego, a partir dos 42 novos negócios implantados. Embora
possa gerar mais oportunidades, alguns comerciantes do distrito de Cajá, já
instalados há anos em outro ponto da BR-230, contaram que para eles o
Rodoshopping já não é mais atrativo.
A
comerciante Josefa Maria Firmino conseguiu sustentar a família junto com o
marido, vendendo tapiocas. Hoje, o produto oferecido pelo casal é o mais
vendido nos distrito do Cajá, chegando a duas mil tapiocas somente em uma manhã
de grande movimento. “São cerca de 14 anos que estamos trabalhando aqui.
Começamos com um pequeno barraco e hoje temos nosso próprio ponto. Para nós não
é vantagem sair daqui para trabalhar no Rodoshopping, até porque já temos nossa
clientela fixa. Mas de toda forma achamos um absurdo a falta de preocupação com
uma obra como aquela. O dinheiro que foi investido está sendo jogado fora,
porque até agora ninguém nem ouviu falar de seu funcionamento”, afirmou.
Conforme
o gerente do Sebrae, para os pequenos empreendedores, o equipamento é uma
chance de começar seu negócio. “O Rodoshopping se reveste como uma excelente
oportunidade de negócios e impactará positivamente na atividade turística, como
observamos em países desenvolvidos, que possuem equipamentos em suas rotas,
contribuindo para a interiorização do Estado”, acrescentou.
EDITAL
SAI EM ATÉ DOIS MESES

Para
selecionar os comerciantes, o Sebrae informou que será publicado em até dois
meses um edital que estabelecerá as regras para o funcionamento do
Rodoshopping.
Edílson
Azevedo explicou que são 42 lojas distribuídas em um mix elaborado, com uma
diversidade de segmentos do comércio e serviços, e que contempla as
potencialidades locais e estaduais. Conforme disse, também haverá uma
manutenção na estrutura física, antes da reinauguração.
“Os
candidatos deverão obedecer as normas do edital e nós estamos desenvolvendo um
arranjo administrativo, com um modelo de gestão adequado, onde os
empreendedores serão os próprios administradores dos seus negócios”, contou.
“O
equipamento terá um conceito de shopping, de um centro de comercialização,
inclusive com amplo estacionamento. As lojas serão de gastronomia regional,
artesanato, calçados, confecções e serviços (farmácia, casa lotérica, caixa
eletrônico e segurança da Polícia Militar). O equipamento terá uma
regulamentação e será regido por regras para a boa convivência que garantam a
sustentabilidade do negócio”, finalizou.