Transpúblico 2013: atraso em obras para Copa frustra vendas de ônibus

Fonte: Automotive Business Matéria/Texto: Giovana Ratto Foto: Divulgação O otimismo do setor de ônibus urbanos em torno da realização da Copa do Mundo no Brasil não deve ser justificado este ...

Fonte: Automotive Business
Matéria/Texto: Giovana Ratto
Foto: Divulgação

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otimismo do setor de ônibus
urbanos em
torno da realização da Copa do Mundo no Brasil não deve ser justificado este
ano. Atrasos nas obras dos sistemas de corredores BRT (Bus Rapid Transit) das
cidades sede dos jogos farão com que os negócios não sejam concretizados antes
de 2014. Diante disso, o mercado interno tende a ficar abaixo do esperado
inicialmente. Executivos do setor que participaram da Transpúblico, feira
promovida pela NTU, associação das empresas de transportes urbanos, entre 3 e 5
de julho em São Paulo, apontam que as expectativas para os negócios foram
frustradas no primeiro semestre deste ano. 

A projeção da Fabus, associação dos fabricantes de
carrocerias de ônibus, para 2013 é de mercado interno de 30 mil unidades e
produção de 35 mil veículos. Essas proporções podem se alterar com a redução
das vendas de BRT e a valorização do dólar, que estimula as exportações e pode
segurar o ritmo das fábricas. A Mercedes-Benz já admite a possibilidade de que
as vendas no Brasil diminuam na comparação com o ano passado, ficando em 28 mil
unidades, contra os 29,7 mil registrados em 2012.
A Volvo, que tem 30% de sua produção nacional
voltada para o segmento de BRT, tinha a expectativa otimista de que o mercado
nacional absorvesse 2 mil veículos da categoria este ano. O número deve ficar
bem abaixo dessa expectativa. “Esperávamos muito mais. Tínhamos em mente que a
implementação dos corredores seria concluída logo na maior parte das cidades, o
que não ocorreu”, conta Euclides de Castro, gerente de ônibus da empresa para a
América Latina. Segundo ele, o único projeto concretizado foi o do Rio de
Janeiro, que somou 120 veículos.
A Scania também foi afetada pelo atraso e aponta
que a conclusão das obras nos próximos meses é pouco provável. Mesmo se isso
acontecer, a montadora avalia que a indústria não conseguiria atender de
imediato, já que a produção de um ônibus completo leva ao menos 60 dias. “Não é
falta de capacidade produtiva. O problema é que não recebemos pedidos até
agora”, revela Wilson Pereira, diretor de vendas e ônibus da companhia. 
Apesar da redução do volume para este ano, ele
acredita que as vendas devem seguir trajetória positiva no médio prazo. “As
pessoas estão nas ruas pedindo um transporte melhor. Esses projetos terão de
ser implementados agora ou depois”, espera. Caso os negócios ocorram antes da
Copa, poderá haver rápida aceleração no ritmo das fábricas entre o fim deste
ano e o início de 2014.