Jardinense: Empresa vai recorrer no Recife

Fonte: Tribuna do Norte Via Unibus RN Fotos: Ruan Silva/Thiago Martins de Souza A Viação Jardinense vai recorrer ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE), para tentar reverter a ...

Fonte: Tribuna do Norte Via Unibus RN
Fotos: Ruan Silva/Thiago Martins de Souza

A Viação Jardinense vai recorrer ao Tribunal Regional Federal
da 5ª Região, no Recife (PE), para tentar reverter a decisão do juiz André Melo
Gomes. Isso porque a decisão do magistrado atinge todas as linhas da Jardinense
que passam por Caicó (Natal/Caicó, Natal/São Miguel, Caicó/Mossoró, Natal/Pau
dos Ferros e Caicó/Campina Grande). “O juiz decidiu até sobre um serviço
oferecido numa linha interestadual, caso de Campina Grande. Não pode.
Procuramos nossos advogados e descobrimos que isso só pode ser determinado pela
Justiça Federal. Por isso nosso recurso será feito no Recife”, explicou
Zequinha Baltazar, o dono da Jardinense. 

Ele
disse que a empresa não foi notificada porque o Fórum de Caicó está fechado
desde segunda-feira. Nesta semana, a empresa Jonas Turismo manifestou interesse
em assumir as linhas da Viação Jardinense, que foram suspensas pela justiça. E
enviou ofício ao Departamento de Estradas de Rodagens (DER), colocando 30
ônibus à disposição para operar o itinerário que tem como destino a cidade de
Caicó. Isso porque a decisão do juiz André Melo Gomes atinge apenas o município
seridoense, e deverá entrar em vigor num prazo máximo de 15 dias, a contar da
data em que a Jardinense tome conhecimento do assunto.

O
dono da Jardinense, Zequinha Baltazar comentou que a notícia da suspensão
provocou apreensão entre os clientes. “O problema é nas linhas  para
Caicó. Precisamos que a imprensa oriente nossos clientes de que nada vai mudar
nas outras linhas operadas pela Jardinense. O juiz disse que nós não podemos
operar nas linhas que passem em Caicó”, afirmou o empresário.

Sobre
o interesse da JonasTur em assumir o serviço, Zequinha Baltazar afirmou que não
está preocupado. “A Jonas quer entrar nas linhas de todo mundo”,
alfinetou. “E fica dizendo que tem ônibus pra fazer o serviço. Este é um
problema que será resolvido por nós e pelo nosso sindicato”.

Segundo
Francisco Cabral Filho, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte
Intermunicipal de Passageiros do Rio Grande do Norte (SETRANS-RN), o prazo de
15 dias só começa após a notificação oficial para a Jardinense. “Depois da
citação, vamos elaborar a estratégia de defesa. A Jardinense tem assessoria
jurídica e também terá apoio da nossa assessoria jurídica”, afirmou.
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Já o
dono da Jonas Turismo, o empresário José Ferreira de Souza, que tem sede em
Guarabira, na Paraíba, disse que tomou conhecimento do fim da linha da
Jardinense pela imprensa, e decidiu oferecer o serviço para que a população não
seja prejudicada. “Temos condições e carros suficientes para atuar. Temos
uma filial em Natal. Nossa frota é de 38 ônibus e atuamos sobretudo com
turismo, fazendo viagens nacionais e até internacionais”, garantiu.
“Podemos contratar mais pessoal e adquirir 20, 30 ou até 40 ônibus se for
necessário para executar o serviço. Há 3 anos, inclusive, a Jardinense
contratou nossos serviços para complementar o deles durante o Carnaval, por
causa da demanda. E a população gostou”.

José
Ferreira anunciou ainda que a empresa oferece para Caicó ônibus mais novos, de
vários tipos, com condicionadores de ar e revisão periódica. “Temos
cobradores e motoristas bem treinados. Exigimos a revisão, fiscalizamos se
nossa frota está em boas condições de tráfego”, ressaltou.

De
fato, a série de acidentes, quebra de ônibus no meio do percurso e até um
incêndio em um dos veículos serviram de motivo para a decisão do juiz André
Melo Gomes de suspender o serviço, somado ao fato de que, reiteradas vezes, a
empresa firmou acordo prometendo melhorias, mas pouco fez pelos usuários.

Embora
da decisão do juiz ainda caiba recurso, o empresário José Ferreira de Souza
acredita que a suspensão das linhas é irreversível. “Nenhum desembargador
vai ter coragem de desfazer uma decisão dessas. A Jardinense coloca a vida do
ser humano em risco”, finalizou.

Por
ora, o DER ainda não se posicionou sobre o assunto. “Eu nem sequer recebi
a decisão judicial suspendendo a Jardinense, sei que ainda cabe recurso, e não
tenho opinião formada sobre isso. Tampouco tive conhecimento dessa
proposta”, afirmou Demétrio Torres, o diretor do órgão.

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