Após alta em tarifas de aéreas, passageiro viaja mais de ônibus

Fonte: Uol Fotos: Kristofer Oliveira/JC Barboza O aumento do preço das passagens aéreas, principalmente as adquiridas com pouca antecedência, tem levado passageiros de volta às linhas de ônibus. O ...

Fonte: Uol
Fotos: Kristofer Oliveira/JC Barboza

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O aumento do preço das passagens aéreas, principalmente as
adquiridas com pouca antecedência, tem levado passageiros de volta às linhas de
ônibus. O crescimento do volume de viajantes rodoviários começou em
setembro. E, em outubro, as companhias chegaram a registrar volumes até 20%
superiores aos do mesmo período do ano passado. Na linha SP-RJ, a mais movimentada do país, com 2 milhões de
passageiros/ano, houve 15% mais passageiros no mês passado em relação a outubro
de 2011. O movimento inverte uma tendência dos últimos anos. Desde 2010,
já havia menos gente viajando de ônibus entre Estados do que de avião nos
mesmos trechos no país.

Não há dados consolidados que mostrem a retomada dessa expansão.
Desde 2011, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), responsável
pelo controle, não considera mais os números enviados pelas empresas. Só
voltará a fazê-lo após a licitação das linhas interestaduais, prevista para
2013.
A estimativa registrada na licitação é que em 2010 houvesse 55
milhões de passageiros nas chamadas rotas rodoviárias entre Estados (em que
passageiros não podem viajar em pé), as que competem com o aéreo.
Já os passageiros de avião chegaram a 80 milhões em 2011,
segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), sendo que 94% viajam em
trechos que competem com os rodoviários interestaduais.
MENOS PROMOÇÕES
Empresários do setor rodoviário apontam que o crescimento foi
mais significativo nas linhas de distância entre 500 e 1.000 quilômetros. Como
podem ser feitas em tempo competitivo com o gasto para pegar o avião, têm
passageiros mais frequentes. Quando há reajuste de tarifa aérea, reagem mais
rápido.
Em relação a março de
2011, as passagens aéreas mais baratas estão sendo vendidas por até o dobro do preço.
Naquele mês, alguns trechos eram mais baratos de avião que de
ônibus.
Os relatórios da Anac mostram números até junho, quando estavam
praticamente nos mesmos valores do ano passado.
Leonardo Marques, criador do site Melhores Destinos, que faz
comparação de preço, diz que não é possível estimar o quanto subiram as
tarifas. Mas não há mais as promoções de antes, afirma:
“A Gol fez duas
grandes promoções por mês no ano passado. Neste ano não fez nenhuma tão
agressiva quanto as de 2011 e também reduziu a frequência para uma vez por mês.
Com a TAM, a lógica é a
mesma”, afirma.
A redução nas promoções pode ser explicada pelo aumento de
custos das companhias aéreas, que redundou em prejuízos nos balanços mais
recentes.
TARIFA EM QUEDA
Ronaldo Jenkins, diretor de segurança e operações da Abear
(Associação Brasileira das Empresas Aéreas), diz que o setor não tem registro
de perda de passageiros e que as tarifas estão em queda.
Jenkins citou o IPC da Fipe, que registrou queda de 8,98% no
preço das passagens na terceira semana de outubro. A leitura foi feita após o
feriado do dia 12, quando as passagens sobem naturalmente. O IPC registra as
passagens na cidade de São Paulo.
O fator preço ajudou.
Mas os empresários de ônibus apontam que, desde o início da queda, as
companhias estão melhorado o serviço. Entre São
Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, os ônibus têm Wi-Fi gratuito.
“Investimos fortemente em melhoria, com ônibus novos e de
alta qualidade. Uma parcela das pessoas já está vindo por estar viajando com
mais conforto”, afirma Marcelo Antunes, diretor da JCA, grupo controlador
de empresas como 1001 e Cometa.
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Outro fator que pode estar estimulando a reação é a retirada
pela ANTT das linhas da Transbrasil, considerada pelo órgão uma empresa
clandestina que operava com liminares baseadas em documentos falsificados,
conforme a Folha mostrou em 2011.
Na linha São Paulo-Rio de Janeiro, a Transbrasil tinha dois
ônibus diários, enquanto suas competidoras tinham em média quatro horários.
Algumas aumentaram a frequência em uma ou duas viagens.
A agência acusava a
empresa de obter liminares para linhas em que não operava –como uma do Acre ao
Ceará, com mais de 6.000 quilômetros– para vender a donos de ônibus o direito de
transportar em trecho da linha. As liminares foram revogadas. A empresa nega as
acusações.

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