Conhecendo as linhas: 201-Ceasa

Fonte: Portal Ônibus Paraibanos Matéria/Texto: Josivandro Avelar Fotos: Marcos Filho/Kristofer Oliveira/Francisco Polanski/Acervo Paraíba Bus Team Repleta de peculiaridades que a tornam única não ...

Fonte: Portal Ônibus Paraibanos
Matéria/Texto: Josivandro Avelar
Fotos: Marcos Filho/Kristofer Oliveira/Francisco Polanski/Acervo Paraíba Bus Team

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Repleta de peculiaridades que a tornam única não
apenas em seu corredor como na própria cidade, a linha 201-Ceasa (ou Ceasão,
como diz Josivandro Avelar) é a linha mais antiga do corredor 2. Até 2012 podia
dizer que tinha um corredor só para ela, uma vez que ela não tem contato com o
restante do próprio corredor, trafegando na parte leste dos bairros Cristo e
Rangel. O que é a linha, os motivos prováveis de suas peculiaridades, suas
constantes extensões de itinerário, bem como as consequentes trocas de ponto
final (foram três trocas em menos de cinco anos) são os destaques desta
história da linha.

E uma dessas peculiaridades que tornam o 201
diferente está em sua própria identidade: apesar do nome, a linha 201 não
passa na Ceasa propriamente dita; o máximo que consegue chegar até ali é em
parte do muro de trás da Empasa (atual nome da Ceasa). Isso até causa confusão
a quem realmente quer ir até o local e descobre que a linha não passa na Ceasa.
O atual ponto final fica a 4 Km desse local. Quem
quiser mesmo ir ao Ceasa precisa pegar uma das linhas de Mangabeira do corredor
2 ou o 1502.
Mas antes, o que é Ceasa mesmo?
O correto é dizer “A Ceasa”, pois
trata-se da sigla de Central de Abastecimento Sociedade Anônima.
São complexos de armazéns destinados a armazenar e distribuir a produção de
frutas  e verduras que vinham do interior para as feiras-livres da
capital, sem a necessidade de atravessadores, o que barateava a mercadoria que
chegava às mesas das pessoas. 
O projeto das Ceasas data de 1960 e foi criado pelo
Governo Federal a fim de eliminar o estrangulamento do comércio de
hortifrutigranjeiros no país. Nessa época foram construídas várias centrais de
abastecimento nas capitais em parceria com os governos estaduais, que
gerenciariam essas centrais através de empresas de economia mista (daí porque
elas eram sociedades anônimas).
No final dos anos 1960 era inaugurada a Ceasa de
João Pessoa, situada na Ranieri Mazzili, no Cristo, às margens do Km 23 da
BR-230. O Governo Estadual cria a CEASA como órgão responsável pela
administração do local.
Primórdios
E é por esse nome pelo qual o centro é conhecido e
é esse o nome a linha 201 recebe quando é criada, em meados de 1970. A linha já
nasce como atualmente cresce, de uma extensão, já que até então não chegava até
ali. Tratava-se de uma linha interna da comunidade do Varjão (como é conhecida
a parte oeste do bairro do Rangel, muito embora o nome “Varjão” seja
o nome pelo qual o bairro todo está registrado nos mapas da Prefeitura). Parte
de seu itinerário também abrange a rua Coelho Lisboa, em Jaguaribe, por onde
trafega a linha 003 da Marcos da Silva, sendo até hoje a sua principal
“concorrente”.
Por essa ser a
primeira linha do bairro, sugere-se que o eixo viário principal do mesmo
deveria ter sido a São Judas Tadeu, onde trafega a linha. Com a construção do
Mercado Público do Rangel e o aumento da demanda para o local, todas as outras
linhas posteriores que foram sendo criadas para o bairro iam passando para lá.
E assim o corredor principal do Rangel passou a ser a 2 de Fevereiro.

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São Judas Tadeu
Mas o 201 continuou ali a fim de
atender as comunidades. Foi inicialmente operado pela empresa Canaã. Em 1986
recebe o código 201. Mais tarde, passa a ser operada pela São Judas Tadeu.
Desde 1988 é operada pela Transnacional.
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A linha na Canaã
Anos 1990: de linha comunitária a
linha universitária, a descaracterização do nome Ceasa
O nome Ceasa começa a deixar de fazer
sentido para a linha logo no local: em 1993, a Ceasa se funde com outros órgãos
da Secretaria de Agricultura e transforma-se na Empasa (Empresa Paraibana de
Abastecimento e Serviços Agrícolas), sediada no próprio local e pelo qual ele
passou a ser conhecido, muito embora a maioria dos pessoenses ainda o
identifique como Ceasa.
Ainda no início dos anos 1990, a
linha ganha uma extensão em Jaguaribe, a fim de atender os estudantes da até
então Escola Técnica Federal da Paraíba, posteriormente Cefet e hoje IFPB. É a
partir daí que a linha começa a ganhar uma conotação de linha universitária.
Até meados de 1993, o terminal da
linha se situava no antigo Veredas Bar, ao lado da escola Bartolomeu de Gusmão,
no Cristo Redentor. Esse ponto final ficava a menos de 30 metros do Ceasa. Que
durante o tempo todo que existe, nunca passou na frente do mesmo até onde se
conhece.
Foi nessa época que a linha passou a
ter seu ponto final transferido para o campus dos Institutos Paraibanos de
Educação (IPÊ), a primeira faculdade particular do estado, situada em Água Fria
no Km 25 da BR-230. A extensão era identificada pela placa vermelha VIA CAMPUS
DO IPÊ, escrita em letras brancas. O novo terminal ficava no interior do campus
da faculdade.

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Em 1997, o IPÊ é elevado pelo MEC a
Centro Universitário, mudando seu nome para UNIPÊ. O novo nome passa a constar
das lonas do 201 em 1998.
E assim a linha “Ceasa”
estende-se 2 Km além do próprio Ceasa.
Anos 2000: cada vez mais longe do
Ceasa
Em 2001, a linha 201 sofre uma nova
extensão em seu itinerário: sai de dentro do Unipê e passa a ter seu ponto
final baseado na Av. Flamboyant, na lateral do Shopping Sul, na parada onde até
então era a base da linha integracional do Anatólia. Com isso, as comunidades
Anatólia e Jardim São Paulo passam a ser atendidas pela linha que torna-se a
primeira do corredor 2 a passar pelo centro nervoso do Conjunto dos Bancários
sem precisar passar em outro corredor depois (isso até então era exclusividade
dos Circulares). 

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Tal extensão se justifica pelo aumento da demanda gerado pelo
boom imobiliário que chegava aos Bancários, alimentado por pessoas que para lá
se mudavam a fim de estarem mais próximas das universidades. Tanto que a
verticalização da Zona Sul já se iniciou por ali.

Em 2007, as obras de esgotamento
sanitário realizadas pela Cagepa no Rangel obrigam a linha 201 a fazer vários
desvios. Foi um raro momento onde a linha passou pelo corredor 2 de fato, o que
durou um breve tempo conforme as obras foram sendo concluídas.
A linha já chegou a trafegar no
bairro do José Américo, de onde saiu no dia 1º de dezembro de 2007 para ceder
lugar ao 5605, que deixava os Bancários para atender a comunidade.
Anos 2010: o fim da exclusividade do
itinerário
Os anos 2010 começam no 201 já com
uma revolução considerável se passar de linha comunitária a universitária já
não fosse só suficiente para a história da linha. Acostumada a receber veículos
usados de outras linhas da Transnacional, em 21 de janeiro de 2010 a linha 201
pela primeira vez em sua história recebe um veículo zero: o carro 07193, um dos
Torinos adaptados do lote entregue dois dias antes na Estação Ciência. Até hoje
é o único adaptado da linha.
Em 8 de setembro de 2012, o 201-Ceasa
perde uma de suas características de exclusividade quando passa a ter
concorrência no que até esse dia era o seu corredor exclusivo dentro do
corredor 2. Foi a implantação das linhas 2501 e 5201, do Colinas do Sul, que
chegam a passar no corredor principal, mas acessam a São Judas a partir da
Souza Rangel passando a realizar o itinerário do 201 até o Viaduto do Cristo.
A evolução da frota
Mesmo depois de receber em 2010, o
seu primeiro e até aqui único veículo zero, o 07193, a linha 201 sempre foi
receptora de veículos de outras linhas da Transnacional. Já compuseram a linha
LNs como o 0752 (OF-1318), 0783, 07137 e 0740 (VW), além dos 07130, 07131 e
07132 que possuíam 3 portas e foram para o 201 após a Transnacional perder a
linha 115 (linha onde eles estavam) para a Transurb (atual São Jorge).
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Em 1997, esses veículos eram
substituídos pelos 0777, 0780 e 0782, GLS Bus que já foram do 511 e do 204. O
0781 só não foi para a linha 201 porque à época a linha era composta por três
veículos. Foi para o 208. Todos foram substituídos mais tarde por Torinos GV
OF-1620, ex-TN de Campina Grande, com os mesmos prefixos.
Em 2000, chegam a linha os carros
07131, 0763 e 0764, oriundas das linhas 5100 (o primeiro) e 3200 (os dois
últimos). Um ano depois eles eram substituídos pelos carros 0788, 0714 e 0745,
todos Torinos G6, oriundos da linha 301. 
Em 2003, a linha recebe um acréscimo
de mais um veículo, o carro 0715. Assim a linha passa a ter as atuais quatro
vagas.
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Em 2004, os Pluss 07189, 07190, 07191
e 07192, todos ex-511, compõem a frota da linha. Em 2009 saem 07190 e 07192 e
entram os carros 0790, que havia saído do 517, e 07114, ex-202 (posteriormente
substituído pelo 07134 também oriundo da mesma linha). Os dois últimos saem
possibilitando a entrada dos carros 07193 (o primeiro OF-1722 da linha foi logo
o primeiro zero) e 07119.
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Com as saídas de carros que foram
sendo baixados da empresa, assim chega-se a atual configuração da linha,
composta pelos carros:
·  0754 (ex-2515, entrou em 2010 após a TN perder a linha 2515 para a
Reunidas)
·  07111 (ex-203, entrou em 2011)
·  07172 (ex-5100, entrou também em 2011)
·  07193 (o único que entrou zero até aqui, bem como o único adaptado).
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