Fonte: Railbuss
Matéria/Texto: João Marcos
Pouco
tempo antes da concordata da CIFERAL, houve um racha entre seus sócios, dando
origem à CIFERAL Paulista, empresa localizada em São Paulo que fabricava os
mesmos modelos de carroceria que sua matriz no Rio de Janeiro – o mesmo ocorreu
com a Reciferal, uma empresa-irmã, localizada em Recife. Ambas produziam o
mesmo produto, porém com pequenas diferenças de acabamento – nos dois casos, a
CIFERAL carioca possuía participação societária. Com a confirmação da
concordata da matriz devido à situação econômica complicada que a empresa se
encontrava após decisões atropeladas, houve o rompimento definitivo com o sr.
Fritz.
tempo antes da concordata da CIFERAL, houve um racha entre seus sócios, dando
origem à CIFERAL Paulista, empresa localizada em São Paulo que fabricava os
mesmos modelos de carroceria que sua matriz no Rio de Janeiro – o mesmo ocorreu
com a Reciferal, uma empresa-irmã, localizada em Recife. Ambas produziam o
mesmo produto, porém com pequenas diferenças de acabamento – nos dois casos, a
CIFERAL carioca possuía participação societária. Com a confirmação da
concordata da matriz devido à situação econômica complicada que a empresa se
encontrava após decisões atropeladas, houve o rompimento definitivo com o sr.
Fritz.
A CIFERAL
Paulista trocou sua razão social para CONDOR, construíndo um modelo de
carroceria, derivado do modelo anteriormente fabricado, batizando também com
esse nome a fábrica. Diz “a boca pequena” que esse sócio teria dado
uma “volta” no proprietário da CIFERAL, pois continuou fabricando o
modelo da CIFERAL Paulista, porém com outro nome, sem pagar royalties (taxa
para direito de fabricação de um modelo). Os modelos da CONDOR não eram
nomeados – nas plaquinhas internas constava apenas CONDOR – e em nenhum
catálogo eles são identificados por nome. No passado, não havia o costume de
identificar os modelos, basta lembrar o CIFERAL “Urbano”, antecessor
do CIFERAL Tocantins.
Paulista trocou sua razão social para CONDOR, construíndo um modelo de
carroceria, derivado do modelo anteriormente fabricado, batizando também com
esse nome a fábrica. Diz “a boca pequena” que esse sócio teria dado
uma “volta” no proprietário da CIFERAL, pois continuou fabricando o
modelo da CIFERAL Paulista, porém com outro nome, sem pagar royalties (taxa
para direito de fabricação de um modelo). Os modelos da CONDOR não eram
nomeados – nas plaquinhas internas constava apenas CONDOR – e em nenhum
catálogo eles são identificados por nome. No passado, não havia o costume de
identificar os modelos, basta lembrar o CIFERAL “Urbano”, antecessor
do CIFERAL Tocantins.
Condor Anhanguera |
Apesar de
ter escapado da concordata da CIFERAL, no mesmo ano de 1983, mesmo com a
produção alcançando a marca de 160 ônibus/mês, a CONDOR entrou em processo de
concordata, sendo vendida para um grupo de investidores. A empresa teve seu
nome alterado para THAMCO pois o sócio majoritário chamava-se Thamer (Thamer
Comércio de Ônibus). Iniciada a produção, fabricava o modelo “Falcão”
usando os mesmos gabaritos da extinta CONDOR, sendo sucedido pelo modelo
“Águia”, todos derivando basicamente do gabarito original do CIFERAL
“Urbano”, fabricado na década de 70 pela CIFERAL carioca.
ter escapado da concordata da CIFERAL, no mesmo ano de 1983, mesmo com a
produção alcançando a marca de 160 ônibus/mês, a CONDOR entrou em processo de
concordata, sendo vendida para um grupo de investidores. A empresa teve seu
nome alterado para THAMCO pois o sócio majoritário chamava-se Thamer (Thamer
Comércio de Ônibus). Iniciada a produção, fabricava o modelo “Falcão”
usando os mesmos gabaritos da extinta CONDOR, sendo sucedido pelo modelo
“Águia”, todos derivando basicamente do gabarito original do CIFERAL
“Urbano”, fabricado na década de 70 pela CIFERAL carioca.
Falcão |
A THAMCO decide mudar sua fábrica para um barracão na Penha, e pouco tempo
depois para Caieiras em um novo parque fábril aonde ficou por pouco tempo.
Cigana, a THAMCO findou por construir uma nova fábrica no distrito industrial
de Guarulhos, com incentivos fiscais municipais.
depois para Caieiras em um novo parque fábril aonde ficou por pouco tempo.
Cigana, a THAMCO findou por construir uma nova fábrica no distrito industrial
de Guarulhos, com incentivos fiscais municipais.
Taurus |
Aquarius |
Em setembro de 1987, encarroçou cinco ônibus sobre chassi de caminhão
Volkswagen 11.130, com modificações feitas pela Copauto Caminhões, em
Presidente Prudente, SP que logo apresentaram excelentes resultados.
Volkswagen 11.130, com modificações feitas pela Copauto Caminhões, em
Presidente Prudente, SP que logo apresentaram excelentes resultados.
No final
de maio de 1988, iniciou a comercialização das versões em aço das carrocerias
Padron Águia, o TH260E executivo e o rodoviário Pégasus. Naquele momento, a
empresa usava apenas o duralumínio. Curiosamente, a dobradinha 88-89
representou uma fase bastante peculiar para a THAMCO: a CMTC tornou-se sua
grande cliente ao encomendar o re-encarroçamento dos seus monoblocos O362
antigos usando a carroceria TH260E (executivo) e a produção dos tão sonhados
(pelo prefeito da época, Jânio Quadros) veículos de dois andares, oficialmente
denominados como THAMCO ODA (Ônibus Dois Andares). Os dez primeiros carros
foram fabricados pela própria CMTC (projeto do arquiteto Luiz Paulo Gião de
Campos e do engenheiro Alvaro Szasz, baseado em um modelo Leyland inglês) e a
MAFERSA quem deveria construir os restantes. Porém, devido ao alto preço
pedido, a CMTC realizou uma nova licitação onde a THAMCO saiu vitoriosa. Seriam
10 carros por mês, de abril à julho, e 30 entre agosto e setembro. Três desses
rumariam para a Transurb, de Goiânia – a produção geral já beirava 180 carrocerias
(de todos os modelos) mensais.
de maio de 1988, iniciou a comercialização das versões em aço das carrocerias
Padron Águia, o TH260E executivo e o rodoviário Pégasus. Naquele momento, a
empresa usava apenas o duralumínio. Curiosamente, a dobradinha 88-89
representou uma fase bastante peculiar para a THAMCO: a CMTC tornou-se sua
grande cliente ao encomendar o re-encarroçamento dos seus monoblocos O362
antigos usando a carroceria TH260E (executivo) e a produção dos tão sonhados
(pelo prefeito da época, Jânio Quadros) veículos de dois andares, oficialmente
denominados como THAMCO ODA (Ônibus Dois Andares). Os dez primeiros carros
foram fabricados pela própria CMTC (projeto do arquiteto Luiz Paulo Gião de
Campos e do engenheiro Alvaro Szasz, baseado em um modelo Leyland inglês) e a
MAFERSA quem deveria construir os restantes. Porém, devido ao alto preço
pedido, a CMTC realizou uma nova licitação onde a THAMCO saiu vitoriosa. Seriam
10 carros por mês, de abril à julho, e 30 entre agosto e setembro. Três desses
rumariam para a Transurb, de Goiânia – a produção geral já beirava 180 carrocerias
(de todos os modelos) mensais.
Pégasus |
Oda |
No final
de 1989, a THAMCO anunciou para janeiro de 1990 o início da fabricação do
primeiro ônibus rodoviário de dois andares nacional, batizado de Gemini. Com
12,86m de comprimento, 2,60m de largura e 4,25m de altura, capacidade de 76
passageiros (22 na parte inferior e 54 na superior) sendo espaçamento entre
poltronas de 880mm e largura de 1,22m, a disposição seria semelhante à dos
convencionais, duas poltronas entremeadas por um corredor de 440mm. Contaria também
com um compartimento de bagagem na parte traseira inferior, com capacidade
estimada de 12,19m³ e acesso independente. O banheiro, com 1,20m², situaria-se
na parte inferior, próximo à escada. O chassis usado para a empreitada seria o
K112TL com motor intercooler SCANIA de 330cv, longitudinal traseiro, suspensão
à ar, freios pneumáticos, quadro tipo Heavy Duty com longarinas de 8mm de
espessura e travessas de 6mm de perfil. Com raio de giro similar aos ônibus
comuns, seria também um modelo econômico, afinal levando em conta a relação do
consumo do combustível pelo número de passageiros transportados, concluia-se
que ele além de mais confortável, seria também mais econômico.
de 1989, a THAMCO anunciou para janeiro de 1990 o início da fabricação do
primeiro ônibus rodoviário de dois andares nacional, batizado de Gemini. Com
12,86m de comprimento, 2,60m de largura e 4,25m de altura, capacidade de 76
passageiros (22 na parte inferior e 54 na superior) sendo espaçamento entre
poltronas de 880mm e largura de 1,22m, a disposição seria semelhante à dos
convencionais, duas poltronas entremeadas por um corredor de 440mm. Contaria também
com um compartimento de bagagem na parte traseira inferior, com capacidade
estimada de 12,19m³ e acesso independente. O banheiro, com 1,20m², situaria-se
na parte inferior, próximo à escada. O chassis usado para a empreitada seria o
K112TL com motor intercooler SCANIA de 330cv, longitudinal traseiro, suspensão
à ar, freios pneumáticos, quadro tipo Heavy Duty com longarinas de 8mm de
espessura e travessas de 6mm de perfil. Com raio de giro similar aos ônibus
comuns, seria também um modelo econômico, afinal levando em conta a relação do
consumo do combustível pelo número de passageiros transportados, concluia-se
que ele além de mais confortável, seria também mais econômico.
Gênesis |
Gemini |
Dinamus |
Cercada por altas dívidas devido ao interesse pela vanguarda
tecnológica, a THAMCO teve alguns bens arrestados pela San Marino (a maior de
seus credores). Fundada em 1999, a San Marino Implementos produzia componentes
para a indústria automobilística e era formada por ex-funcionários de alto
escalão da Marcopolo. Aproveitando os bens arrestados, formou a Neobus em 1999,
mantendo a unidade de Guarulhos da extinta THAMCO – os últimos produtos
produzidos na fábrica de Guarulhos foram os trólebus sobre chassis Mercedes
Benz para São Paulo (que rodaram na Viação Santo Amaro/Eletrosul). Depois da
entrega, a empresa mudou-se em definitivo para Caxias (próxima à Marcopolo).
tecnológica, a THAMCO teve alguns bens arrestados pela San Marino (a maior de
seus credores). Fundada em 1999, a San Marino Implementos produzia componentes
para a indústria automobilística e era formada por ex-funcionários de alto
escalão da Marcopolo. Aproveitando os bens arrestados, formou a Neobus em 1999,
mantendo a unidade de Guarulhos da extinta THAMCO – os últimos produtos
produzidos na fábrica de Guarulhos foram os trólebus sobre chassis Mercedes
Benz para São Paulo (que rodaram na Viação Santo Amaro/Eletrosul). Depois da
entrega, a empresa mudou-se em definitivo para Caxias (próxima à Marcopolo).