Comil investe em tecnologia e em ampliação regional

Fonte: Blog Ponto de Ônibus Matéria / Texto: Adamo Bazani A informatização chegou de vez à indústria. Mas se antes os computadores e máquinas serviam como “apertadores de parafusos”, substituindo mão ...
Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Matéria / Texto: Adamo Bazani

campione+comil+k310+365+bonfim+guttemberg+siqueiraA informatização chegou de vez à indústria.
Mas se antes os computadores e máquinas serviam como “apertadores de parafusos”, substituindo mão de obra e gerando impactos negativos no nível de emprego, agora as máquinas e programas de computador ajudam o homem a gerenciar negócios e produção.
Estes equipamentos jamais substituirão a criatividade humana, afinal, eles foram criados por ela e sem a criatividade para operá-las, seriam apenas um amontoado de chips e terminais eletrônicos. 

Mas ao reduzir custos desnecessários e aumentar a produtividade, a tecnologia que antes foi considerada a vilã da mão de obra, hoje pode ser uma aliada na geração de empregos, uma vez que fabricando mais e apurando mais lucratividade, as empresas com estas novas tecnologias crescem e se veem obrigadas a contratar mais. 
É verdade que não aos mesmos níveis do passado e nem mão de obra com o mesmo perfil, mas empresas que não deixam a tecnologia passar longe, geram ocupações, proporcionando o crescimento regional, de onde estão instaladas, e até mesmo nacional.
 Isso vem ocorrendo desde 2010 com a Comil, encarroçadora de ônibus em Erechim, no Rio Grande do Sul. 
A empresa, que foi a fabricante de carrocerias de ônibus que mais cresceu no ano passado, faturando R$ 550 milhões, apostou no sistema de gestão de produção BPM. 
Com isso, a capacidade da planta para produzir 12 ônibus por dia subiu para 19. 
O sistema tem como base de produção a plataforma open source de automação de processos Intalio e consultoria da Projeler, representante gaúcha da ferramenta. 
O tempo médio de orçamento para cada veículo caiu de 132 horas para 52 horas. 
Os processos de automação estão em cinco linhas de produção e os funcionários usam iPads para controlarem o trabalho, os custos e as melhores formas de atuação na fábrica.
São 50 iPads usados por cerca de 600 funcionários. Por ser tratar de um ambiente industrial, onde os equipamentos são expostos a condições mais brutas e rígidas, os iPads ficam envolvidos em suportes de ferro. 
Entre este ano e 2013 serão implantados um centro de processos e um escritório de projetos. 
Os investimentos da Comil em TI significaram no ano passado 1,4% do faturamento da empresa.
CRESCIMENTO, PLANTA EM LORENA E ATENDIMENTO NO NORDESTE:
Além de investir em tecnologia, a Comil aproveitou o bom momento da indústria de ônibus no ano passado para crescer.
Em janeiro de 2012, a indústria de chassis e motores teve de atender a uma nova fase do Programa de Controle de Emissão de Poluição do Ar por Veículos Automotores, Proconve, etapa número sete.
O Proconve P 7 é baseado nas normas Euro V. Os ônibus e caminhões, usando o diesel S 50, com menor número de partículas de enxofre, poluem bem menos: a redução de óxidos de nitrogênio, substância cancerígena, pode chegar a 60% e de materiais particulados até 80%. 
Mas estes veículos são 15% mais caros que os modelos que puderam ser vendidos até 31 de março de 2012. 
Por conta disso, e para escapar do uso do ARLA 32, Agente Redutor Líquido Automotivo, um fluido a mais que tem de ser adquirido em alguns modelos Euro V, os empresários de ônibus foram às compras no ano passado e no início deste e anteciparam a renovação das frotas, adquirindo ainda veículos na configuração Euro III. 
Isso aqueceu o mercado que registrou vendas recordes de ônibus no ano passado, com cerca de 35 mil unidades.
Novas licitações de sistemas urbanos locais e as expectativas em relação a licitação da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, que envolve 1967 linhas rodoviárias interestaduais e internacionais, também movimentaram o setor. 
Somou-se a tudo isso o fato de uma das maiores fabricantes da história, a Busscar (antes chamada de Nielson) enfrentar uma crise e estar com a produção muito reduzida. Com um plano de recuperação judicial, a Busscar tenta escapar da falência. 
A Marcopolo, maior fabricante de carrocerias de ônibus do mercado, e a Caio, a maior no segmento de urbanos, tiveram a procura ampliada e há filas de vários meses para a compra dos ônibus. 
A Comil, e outras marcas como Neobus, Irizar e Mascarello, aproveitaram esta lacuna. 
Investiram em tecnologia para entregas rápidas e aperfeiçoamento da qualidade. 
Até o ano que vem, a Comil deve ter mais uma unidade, só que no Sudeste, na cidade de Lorena, interior de São Paulo. 
Para o Nordeste, a marca anuncia uma ação mais presente com a criação do Shopping do Ônibus, em Recife, Pernambuco. 
È um centro especializado para a venda de carrocerias Comil, peças de manutenção, além de serviços de treinamento e orientação. 
O objetivo da representante da empresa é aproveitar a modernização dos transportes em Recife, com investimentos em corredores modernos de ônibus BRT e terminais de integração, como o Cosme Damião, e atender às demais regiões de Pernambuco e os estados de Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe.
ÔNIBUS E AVIÃO:
5d866f096fb31bff4b5490f031f01f5bA Comil também comemora vendas no Sul e Sudeste do País. 
A empresa anunciou a comercialização de dois ônibus rodoviários modelo Comil Campione 3.45 para a empresa Transportes Executivo. 
A companhia, que atua há mais de 20 anos no segmento de serviço de fretamento em Santa Catarina, vai usar os ônibus para transporte de passageiros do Aeroporto de Navegantes, no estado.
Os veículos serão usados por companhias aéreas sendo um deles exclusivo para a Azul Linhas Aéreas, que vai oferecer internet grátis para os passageiros.
A Transportes Executivo é a única empresa a prestar serviços para as companhias do setor aéreo na região.  São cerca de 13 mil passageiros atendidos no mês.